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NOTÍCIA

Lula 2018 vem aí!

Data: Sábado, 07/11/2015 00:00
Fonte: Davis Sena Filho é editor do blog Palavra Livre
Davis Sena Filho
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou, em sua entrevista no SBT concedida ao jornalista Kennedy Alencar, incrível tranquilidade quanto aos ataques políticos duríssimos recebidos nos últimos meses por parte da oposição de direita liderada pelo PSDB e pelos jornalistas da imprensa conservadora, cujas locomotivas são as empresas midiáticas das Organizações(?) Globo.

 

Lula também mostrou bom humor, mesmo a ter seu filho, Fábio Luís Lula da Silva, a ser alvo de procurador e juíza que preferiram desviar o foco da Operação Zelotes, da Polícia Federal, e determinar que equipes de policiais fossem à empresa e à casa de Lulinha, com a finalidade de investigar e intimar o filho de Lula quanto seu possível envolvimento na Zelotes, ao invés de a magistrada e o procurador mandarem os meganhas para as casas de empresários multimilionários que, comprovadamente, pagaram propinas para terem suas multas e sonegações extintas ou bastante diminuídas.

 

A verdade é que Lulinha nunca esteve neste caso e a imprensa de mercado, a juíza e o procurador de oposição ao Governo Dilma, ao PT e ao Lula sabem disso, mas mesmo assim preferiram desviar a atenção do público quanto ao envolvimento de empresários com corrupções e tráficos de influência junto ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). Grandes empresários de empresas poderosas se juntaram a uma organização que atuava dentro do Carf para conseguir a anulação ou a diminuição dos valores dos autos de infrações da Receita Federal.

 

Lula disse que, evidentemente, não ficou surpreso com as ações de certos servidores públicos, moradores do Coxinhaquistão, e com a "gloriosa" imprensa brasileira, que não investiga nada, não trabalha de forma pontual e correta, que detesta o contraditória, ou seja, ouvir o lado que ela combate, porque não quer ser desmentida e desautorizada, bem como prefere não investigar porque é muito mais fácil, bem como se gasta muito menos dinheiro ao preferir receber vazamentos seletivos e direcionados de maus funcionários públicos da PF, do MP e da Justiça para desmoralizar, desconstruir e destruir as imagens de Lula, Dilma e do PT junto aos cidadãos brasileiros. É esta a imprensa mercantil que se considera séria...

 

Uma imprensa empresarial preguiçosa, acomodada, partidária e promotora do verdadeiro e genuíno jornalismo de molecagens, mentiras e factoides. Quem tem um pouco de discernimento não a aguenta mais. Não tolera seus crimes. Contudo, Lula teve humor e disse que essas coisas acontecem no Brasil porque os governos petistas deram todas as condições logísticas e financeiras de a Polícia Federal e o Ministério Público trabalharem com independência e liberdade para investigar e reprimir os criminosos.

 

E completou, a sorrir, talvez um sorriso por considerar ridículos os boatos de que seu filho, o Lulinha, tornou-se dono da Torre Eiffel, da Friboi, bem como de tudo de caro no mundo etc. e tal. O líder petista e trabalhista asseverou ainda que o Governo Dilma tem duas opções para combater a crise e debelá-la. A primeira é seguir os preceitos econômicos ortodoxos e liberais, que se baseiam praticamente, e de forma obsessiva, na efetivação do tripé econômico e draconiano, que se resume no combate à inflação, no superávit primário e no câmbio flutuante.

 

A segunda, asseverou Lula, é o governo continuar a investir, manter e proteger os programas de inclusão social e, fundamentalmente, encerrar as desonerações ao empresariado, ao tempo que abrir as carteiras de crédito para financiar a indústria, o comércio e o terceiro setor. Foi o que Lula fez, a partir de 2005, após fazer forte contingenciamento nos dois primeiros anos de seus governos, em 2003 e 2004, além de ter saldado a dívida com o FMI e ter aumentado as reservas internacionais do Brasil, que servem como colchões para amortecer as consequências das crises nacionais e internacionais.

 

Lula disse ainda que o ex-presidente tucano, Fernando Henrique Cardoso — um dos líderes da direita brasileira e que representa, sem sombra de dúvida, os interesses da plutocracia em âmbito internacional, além de ter quebrado o Brasil três vezes — deixou o País sem divisas e enfraquecido economicamente, o que é verdade, porque as reservas desta Nação quando o tucano deixou o poder eram baixíssimas, a dívida do FMI era considerada impagável, e, seguramente, o mercado interno era pequeno, porque a maioria dos brasileiros não tinha acesso ao consumo por falta de emprego e, por sua vez, de dinheiro.

 

Além disso, a inflação alavancada pelos tucanos atingiu os dois dígitos — 12,5%, índice deixado por FHC quando Lula assumiu a Presidência da República. A resumir: a roda da economia não girava, porque o mercado interno brasileiro estava enfraquecido por falta de demanda, ou seja, de consumidores. E é esta gente da casa grande de alma escravocrata e provinciana que se considera capitalista. Só se for o capitalismo selvagem que beneficia somente a patuscada rica e o povo brasileiro não entendeu. É mole ou quer mais?

 

A verdade é que esses burgueses querem um País pequeno e vender para poucos, como sempre fizeram as gerações pretéritas das elites brasileiras, ideologicamente e culturalmente subalternas e colonizadas pelos países desenvolvidos e imperialistas, pois exploradores das riquezas alheias, a dominar mercados pela força do dinheiro e das armas. Todos esses fatores ora relatados impediam o desenvolvimento da indústria e do comércio, bem como prejudicava mortalmente a criação de empregos e, com efeito, a distribuição de renda.

 

Lula é um político de inteligência ímpar e de um talento no que diz respeito à oratória apenas comparável ao do estadista gaúcho, Getúlio Vargas, que sabia, em seu tempo e à sua geração, falar aos trabalhadores, ao povo e se fazer entender. Só que Lula é ainda maior do que Getúlio neste quesito, porque o petista de origem nordestina e operária saiu do ventre do povo brasileiro e, por sua vez, conhece mais profundamente suas razões, necessidades e dores. Por isto que Lula é grande e a história o reservará um lugar de destaque, independente do linchamento moral e político que sofre praticamente todos os dias por parte de uma imprensa insidiosa e de caráter golpista e elitista.

 

Quando perguntado sobre sua moral e honestidade, além das desconfianças jogadas no ventilador em forma de manchetes difamantes, caluniosas e injuriosas, Lula citou sua mãe, que, apesar de muito humilde, ensinou-lhe a ser justo e íntegro, para logo complementar: "Se Fernando Henrique quer falar de corrupção, que ele explique a pasta cor de rosa e a sua reeleição. Eu nunca fiz nada ilícito. Não conversei nada ilícito com ninguém", bem como duvidou que alguém diga e prove que ele, o principal político do PT e do País, tenha cometido malfeitos.

 

A verdade é que a entrevista de Lula ao Jornalista Kennedy Alencar, no SBT, serviu como um aviso à oposição de direita, especialmente ao PSDB, à imprensa familiar e de negócios privados, que ele está vivo e com a consciência tranquila. Lula demonstrou ter o completo domínio dos fatos políticos, judiciais e midiáticos que se sucedem contra ele e sua família, o PT e o Governo Dilma. Trata-se de um político bem informado dos acontecimentos e sobre as questões negativas que são propositalmente colocadas contra sua pessoa, a fim de prejudicá-lo moralmente e politicamente.

 

A verdade é que 2018 é o norte da oposição de direita e desesperada por estar sem controlar o orçamento federal e o Estado nacional. A direita é patrimonialista e individualista, assim como prega a meritocracia para os outros e não para ela, porque os conservadores adoram o Estado; contanto, que ele lhe sirva. Os direitistas cantam loas e boas ao mercado, bem como ao livre comércio. Entretanto, quando entram em crise ou tem prejuízos correm rapidamente aos bancos públicos, bem como o "livre mercado" é muito bom para quando o empresariado, malandro e esperto, exporta. Ponto.

 

Nos seus quadrados e negócios, não vem que não tem, porque a ordem é efetivar o protecionismo em forma de reserva de mercado. Duvida, playboy? Então pergunte aos magnatas bilionários de imprensa o que eles acham de abrir o negócio de comunicações e mídias a outros grupos empresariais. Pergunte. Fale em concorrência e depois observe a ira deles. Assim acontece também com outros ramos de negócios dominados por grupos empresariais cartelizados. Quem acredita piamente em "livre" mercado são os midiotas de classe média (coxinhas), que ficam a reverberar como papagaios o que ouvem e, com efeito, passam a defender os ricaços, sem, contudo, pertencerem ao mundo e à classe social deles. Idiotice aplicada diretamente na veia e demência no que é relativo a compreender as realidades.

 

Lula disse: "Meus governos incluíram milhões de pessoas e por isto são reconhecidos internacionalmente". Ressaltou ainda que Fernando Henrique é invejoso e que o tucano pensou que o petista por ser operário iria fracassar, o que, realisticamente, não aconteceu. Pelo contrário, FHC — o Neoliberal I — foi um presidente fraco e divorciado das realidades do povo. Trata-se, de forma surreal, de um sociólogo que desconhece a realidade da população que governou, além de também desconhecer, completamente, as questões brasileiras. FHC, como presidente, foi um retumbante fracasso em todos os sentidos, e, no papel de sociólogo, demonstrou ser uma fraude em forma de pedantismo e elitismo.

 

Lula disse que não tem medo de ser preso, porque não cometeu crimes, tal qual a Dilma Rousseff. O político trabalhista considera que discutir as eleições três anos antes das eleições é insensato, pois está na hora de cuidar e administrar o Brasil, que necessita avançar mais em seus desenvolvimento. A verdade é que Lula mostrou que a direita brasileira terá pela frente um forte adversário a derrotar, apesar das bandidagens promovidas pela imprensa da casa grande, que não se cansa de conspirar contra os interesses do Brasil e de tentar criminalizar o PT e suas lideranças, porque o propósito é eleger um fantoche para ocupar a Presidência da República, e, por conseguinte, submeter o Brasil aos ditames da plutocracia nacional e internacional. Igual ao que fez o FHC — o Neoliberal I. Lula 2018 vem aí! É isso aí.