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NOTÍCIA

Mãe perde guarda do filho após espalhar falso sequestro dele

Data: Quinta-feira, 01/10/2015 00:00
Fonte: TERRA

A vendedora Rúbia Juliana Pereira Duarte, de 28 anos, perdeu a guarda do filho, de 1 ano e 8 meses, após ser acusada de ter espalhado uma notícia falsa nas redes sociais de que o menino teria sido sequestrado. A intenção seria atingir o ex-marido, pai da criança.

 

Vendedora teria espalhado boato de sequestro do filho para atingir o ex-marido, pai da criança

Vendedora teria espalhado boato de sequestro do filho para atingir o ex-marido, pai da criança
 

No domingo (27), Rúbia foi ao Parque Mãe Bonifácia, em Cuiabá (MT), cidade onde mora, com o filho, segundo ela para passear. Por volta das 17 horas, enviou uma mensagem pelo WhatsApp para um grupo “grande” de amigos, dizendo que “levaram” a criança e, desesperada, pedindo ajuda.

 

A notícia se espalhou rapidamente pelas redes sociais. Um cartaz expondo a figura do menino, com um número de celular de Rúbia, circulou não somente em Mato Grosso, mas até mesmo em outros estados. Nos compartilhamentos, as pessoas pediam ajuda para encontrar o bebê. Mediante a comoção, a Segurança Pública articulou um aparato policial, incluindo helicóptero da Polícia Militar, para rastrear a suposta vítima.

 

Até o final da noite, Rúbia não atendeu o celular nem respondeu às mensagens de WhatsApp, deixando “no ar” a situação de suposto sequestro.

 

Somente no final da noite de domingo, familiares e vizinhos, depois de muito bater, arrombaram a porta do apartamento onde ela mora com o filho em um condomínio de classe média baixa. Os dois estavam deitados, já prontos para dormir.

 

A mãe alegou que o celular travou e, por isso, após encontrar por conta própria o filho, do outro lado do parque, não pensou em avisar no mesmo grupo, que tudo já estava sob controle.

 

 

Rúbia disse que não avisou ninguém que havia encontrado a criança porque o celular travou
 
Rúbia disse que não avisou ninguém que havia encontrado a criança porque o celular travou

 

Na versão dela, o menino, que ainda é um bebê, chutou uma bola não muito longe. Ela foi buscar e, quando olhou, ele não estava mais lá. Então, ela procurou por ele sozinha por volta de 40 a 50 minutos e o encontrou. Foi embora do parque, passou na casa de dois amigos, bateu na porta, e eles não atenderam. Como o menino estava chorando, cansado e com fome, resolveu ir para casa, deu banho nele, mamadeira e o colocou para dormir.

 

Após o arrombamento da porta, quem chegou ao apartamento de Rúbia foi a PM, que a levou conduzida ao Cisc Planalto, delegacia de plantão, para prestar esclarecimentos. Na delegacia, ela foi interrogada e liberada, já que garantiu não ter sido ela a informante do possível sequestro. Sendo assim, o delegado plantonista Richard Damasceno descartou autuá-la por comunicação de falsa notícia de crime. Mediante a suspeita de que todo esse cenário teria sido criado por causa do conflito familiar com o ex-marido, pai da criança, o delegado achou por bem encaminhar o caso ao Conselho Tutelar.

 

No Conselho Tutelar, Rúbia negou ter inventado a história e reforçou a versão de que não tinha culpa se as pessoas haviam resolvido ajudá-la espalhando a notícia pelas redes sociais. Ela também assegura que não acionou a PM.

 

Na terça-feira (29), ela foi ouvida no Conselho Tutelar. O conselheiro Devair Pereira, que conduz o caso, informou que encaminharia a mãe para um atendimento psicológico. “Queremos verificar até onde vai a verdade ou a mentira dela”, comentou.

 

No final da tarde desta terça, a juíza Gleide Bispo, da Vara da Infância e da Juventude, chamou Rúbia e o ex-marido para uma audiência, do processo que ele move contra ela, pedindo a suspensão do poder familiar.

 

No final da audiência, a magistrada decidiu retirar provisoriamente a criança da mãe e encaminhá-la a um abrigo municipal. Sendo assim, o pai também não foi beneficiado.

 

Rúbia tem outro filho, de 9 anos, que vive há quatro meses com o pai dele, André Federice, primeiro marido da vendedora. “Vivemos em pé de conflito”, diz ele, que também está movimentando na justiça uma ação para garantir a guarda provisória do menino maior.

 

A acusada insiste em dizer que não tem responsabilidade sobre tudo que aconteceu. Não quer comentar com a imprensa a decisão da magistrada e pede que "atire a primeira pedra a mãe que nunca perdeu o filho".

 

Ela também afirma que está correndo risco de ser linchada e excluiu o perfil no Facebook para escapar de insultos, que estariam ocorrendo por onde ela passa. “Não sou esse monstro”, reclama.