Armonk - O presidente da regional do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de São Francisco, John Williams, afirmou em discurso neste sábado que ainda considera apropriado elevar as taxas de juros de curto prazo do país em 2015, reiterando ideias que continuam a ser maioria entre oficiais do Fed.

 

A declaração foi dada durante um simpósio sobre a China e o sistema financeiro, e Armonk, Nova York.

 

Williams reconhece que há argumentos que indicam a necessidade de ser mais paciente ante o aperto monetário, mas afirma que há motivos para justificar uma alta dos juros.

 
 

"Dado o progresso que fizemos e continuamos a fazer rumo a nossos objetivos, eu vejo como próximo passo apropriado uma alta gradual das taxas de juros, começando muito provavelmente em algum momento mais para o fim deste ano", disse. Os comentários de Williams são importantes porque geralmente refletem o meio termo entre os oficiais do Fed a respeito da política de juros.

 

A declaração ocorre apenas dois dias após a autoridade decidir não elevar os juros em sua reunião de política monetária de setembro. A cúpula do Fed decidiu segurar os juros para entender melhor a recuperação da economia norte-americana e devido à desaceleração do crescimento chinês e à turbulência nos mercados financeiros.

 

"Para mim, foi por um triz (a alta de juros), em parte refletindo os sinais conflitantes que estamos recebendo", afirmou Williams. "Estamos ponderando um número de considerações, algumas que pedem por maior paciência ante os juros e outras que demandam ações antes cedo do que tarde". O presidente do Fed São Francisco também disse esperar que o mercado de trabalho se recupere e atinja o pleno emprego ainda este ano ou no começo de 2016.

 

Williams disse que apoia não esperar demais para o aperto monetário, porque isso "nos forçaria à posição de uma alta íngreme e abrupta, que não deixa muito espaço para manobras. Sem mencionar que isso poderia estressar os mercados financeiros e desacelerar a economia", diz. O dirigente também afirmou que a inflação está abaixo do nível ideal, mas que deve convergir para a meta do Fed (de 2% ao ano) em dois anos.