A CPI da Petrobras está em Curitiba para tentar ouvir 13 pessoas presas na Operação Lava Jato. O primeiro a ser chamado foi o ex-ministro José Dirceu.
A sessão começou com uma hora de atraso, e os deputados, que foram para Curitiba, receberam um pedido dos advogados para inverter a ordem dos depoimentos. O ex-ministro José Dirceu, que deve prestar depoimento na tarde desta segunda-feira (31), na Polícia Federal, foi o primeiro a ser chamado.
Mais magro, e com aparência abatida, logo na primeira pergunta, Dirceu declarou que não iria responder aos questionamentos. “Segundo orientação do meu advogado, vou permanecer em silêncio”, fala o ex-ministro chefe da Casa Civil, José Dirceu.
Dirceu repetiu a mesma frase 14 vezes. O presidente da CPI, deputado Hugo Motta, do PMDB da Paraíba, chegou a propor uma reunião a portas fechadas para que Dirceu falasse apenas aos deputados. Mas, não adiantou.
Depois de apenas 15 minutos, ele foi liberado. O segundo a ser chamado foi o empresário João Antonio Bernardi Filho. Ele também ficou em silêncio, mas sorriu ao ser perguntado se foi assaltado em frente à Petrobras quando levava R$ 100 mil, um episódio ainda não esclarecido. Segundo o Ministério Público Federal, João Bernardi usou contas da empresa dele para lavar dinheiro de corrupção em favor do ex-diretor da Petrobras, Renato Duque.
O silêncio também foi a estratégia de defesa do presidente da Andrade Gutierrez, uma das maiores empreiteiras do país. Otávio Marques de Azevedo está preso desde o junho e como os demais, não respondeu às perguntas.