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NOTÍCIA

Olimpíada 2016: A um ano do início dos Jogos, Rio luta contra o tempo

'JB' destaca desafios e conquistas no caminho da preparação da cidade

Data: Quarta-feira, 05/08/2015 00:00
Fonte: Jornal do Brasil

Esta quarta-feira (5) marca o início da contagem regressiva de exatamente um ano para o início dos Jogos Olímpicos Rio 2016. A exatos 365 dias da abertura do histórico evento, o Jornal do Brasil relembra desafios e conquistas no caminho da preparação da cidade para sediar a Olimpíada.

 

Ao longo dos últimos meses, a cidade se transformou em um canteiro de obras. Algumas, inclusive, seguem inacabadas. A poluição da Baía de Guanabara, um dos palcos da competição, ganhou as manchetes internacionais. Como se não bastasse, a violência na cidade também repercute lá fora. Nem os atletas estrangeiros escaparam.

 

Mas nem tudo foi notícia ruim. O governo promete deixar um legado de mobilidade e preparação de esportistas para as gerações futuras.

 

Medalhistas olímpicas são vítimas de violência no Rio

 

Em dezembro do ano passado um caso assustou os atletas que são credenciados a disputar os Jogos Olímpicos Rio 2016. As velejadoras britânicas Hannah Mills e Saskia Clarck, medalhistas nos Jogos de Londres, em 2012, foram rendidas no Aterro do Flamengo, Zona Sul do Rio, por dois homens armados com facas. As atletas estavam na cidade para se preparar para a disputa da Olimpíada, treinando no local das provas e tiveram todos os pertences roubados, inclusive a roupa usada no treinamento.

 

Mills, de 26 anos, e Clark, de 35, ficaram com a medalha de bronze no Mundial de vela de Santander, na Espanha, no começo do ano de 2014, resultado que as classificou para a prova de 470 nos Jogos do Rio 2016.

 

Cavalos do Exército são examinados por suspeita de doença contagiosa contraída no Complexo de Deodoro

 

A suspeita da proliferação de uma doença contagiosa conhecida como mormo entre 141 cavalos da Escola de Equitação do Exército, localizada na Vila Militar, em Deodoro, na Zona Norte do Rio de Janeiro, acendeu o sinal de alerta entre militares, governo federal e no comitê da organização da Olimpíada de 2016. Um cavalo da Polícia Militar do Estado do Espírito Santo que passou pelo Campo de Pólo em novembro de 2014 teve diagnóstico positivo para a doença e todos os outros animais que tiveram contato com ele estão sendo testados desde maio.

 

Centro Nacional de Hipismo General Eloy Menezes
Centro Nacional de Hipismo General Eloy Menezes

 

Segundo o Comando Militar do Leste (CML), a testagem inicial para o mormo aconteceu no dia 6 de maio deste ano, com a coleta de sangue de 141 equinos. No total, o Exército tem 500 animais no local. A investigação epidemiológica teve como foco o Campo de Pólo, localizado próximo à Avenida Brasil, do outro lado da linha de trem que cruza a Vila Militar, por onde passou o cavalo infectado.

 

No último dia 23, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) divulgou nota em que reafirma que não há e nem haverá problemas sanitários para a realização do evento-teste, previsto para a próxima semana, “e a realização das Olimpíadas de 2016, no Complexo Militar de Deodoro”, onde está sendo investigada a ocorrência uma doença infecto-contagiosa letal para os cavalos, o mormo.

 

A situação levou o Ministério, a fechar, no último dia 27, a Sociedade Hípica Brasileira, tradicional clube no bairro da Lagoa, na zona sul do Rio. A medida preventiva foi tomada para evitar aumento do número de animais a serem submetidos a teste para investigação da doença.

 

Qualidade das águas dos locais de competição

 

No último dia 30 foi divulgada uma pesquisa da Universidade Feevale, de Novo Hamburgo, a pedido da Associated Press, que indicou que as competições na baía deverão ocorrer em um ambiente contaminado por fezes humanas, com risco de doenças para os atletas. Em resposta à nota divulgada pela Feevale, o ministro do Esporte, George Hilton, disse que as autoridades brasileiras estão preocupadas em cumprir as exigências do Comitê Olímpico Internacional sobre a qualidade das águas da Baía de Guanabara, para os eventos dos Jogos Olímpicos de 2016.

 

Segundo o ministro, no entanto, as autoridades locais se anteciparam, fizeram análises e já deram declarações de que as informações divulgadas não correspondem à realidade. “O próprio técnico da Seleção Brasileira de Remo disse estar surpreso. Eu tenho certeza que o trabalho que vem sendo feito pelos entes – governo federal, governo do estado e também a prefeitura – vai nos permitir ter, com toda normalidade, um grande evento nos esportes náuticos”, disse o ministro.

 

União de universidades e centros de pesquisa para melhorar a qualidade da água

 

Águas da Baía de Guanabara ainda é o maior desafio da organização
Águas da Baía de Guanabara ainda é o maior desafio da organização

 

Um acordo de cooperação técnica foi firmado nesta última segunda-feira (3) entre o governo do Rio de Janeiro, sete universidades e três centros de pesquisa permitirá um novo diagnóstico da situação de poluição da Baía de Guanabara. O objetivo é monitorar as ações promovidas pelo governo, de modo a acompanhar o progresso da despoluição.

 

Além dos especialistas destes centros de estudos, professores estrangeiros que trabalharam em projetos de recuperações semelhantes, como nas baías de Chesapeake (EUA), Brest (França) e Sidney (Austrália), também foram convidados para se unir ao projeto que pretende melhorar as condições das águas da Baía de Guanabara.

 

A participação do governo do Estado no acordo se dará através das secretarias de Ciência e Tecnologia, Ambiente e da Câmara Metropolitana de Integração Governamental.

 

Legados dos Parques Olímpicos

 

O secretário de coordenação de governo da Prefeitura do Rio, Pedro Paulo Carvalho, apresentou no dia 28 o projeto de utilização do Parque Olímpico, em Jacarepaguá, e do Parque Radical, no Complexo Esportivo de Deodoro, após os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016.

 

Parque Olímpico deve ficar como legado para o município do Rio de Janeiro
Parque Olímpico deve ficar como legado para o município do Rio de Janeiro

 

O objetivo é aumentar o número de locais de uso comunitário destinados à prática de esporte, e criar um legado para atletas de alta performance. Algumas instalações também poderão abrigar competições esportivas internacionais no futuro.

 

Entre tropeços e acertos, o Rio conta os dias para se transformar na capital mundial do esporte. Hora de arregaçar as mangas para o sprint final.