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NOTÍCIA

Servidor da ALMT é preso suspeito de esquema que desviou R$ 62 milhões

Fraude na Assembleia Legislativa é investigada na Operação Imperador. Ex-deputado José Riva está entre os acusados de liderar o esquema.

Data: Quarta-feira, 22/07/2015 00:00
Fonte: G1 MT
Deputados estaduais retomam sessões ordinárias nesta terça-feira (24). (Foto: Renê Dióz / G1)Deputados estaduais retomam sessões ordinárias nesta terça-feira (24). (Foto: Renê Dióz / G1)
 
 

O ex-secretário de Administração, Patrimônio e Informática da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), Djalma Ermenegildo, foi preso nesta terça-feira (21) pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), suspeito de participar de um esquema que teria desviado R$ 62 milhões da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) entre os anos de 2005 e 2009. O suposto desvio de verba é investigado na Operação Imperador, deflagrado pelo Gaeco no mês de março.

 

Ao G1, a assessoria da ALMT informou que a Procuradoria do órgão vai se manifestar sobre o assunto após analisar o caso. Também confirmou que o servidor atua como técnico-legislativo e atualmente está de licença prêmio. A ação do MPE tramita na 7ª Vara Criminal de Cuiabá e tem 15 réus, entre eles, o ex- deputado e ex-presidente da Assembleia, José Geraldo Riva (PSD-MT), a esposa dele Janete Riva, servidores e empresários.

 

De acordo com a denúncia, o grupo era liderado por Riva, que ocupava cargo de primeiro-secretário da ALMT, e o esquema consistia em falsas aquisições envolvendo cinco empresas do ramo de papelaria, todas de “fachada”. A ação revela que em um ano, as empresas teriam vendido mais de 30 mil toners para a  Assembleia, que na época tinha somente 150 impressoras.

 

No pedido de prisão preventiva contra Djalma, o Ministério Público aponta que ele teria extraviado documentos importantes  sobre o suposto desvio. No cargo de secretário de Administração, Patrimônio e Informática, em 2005 e 2009, o servidor seria  o responsável por validar, ratificar e conferir a entrega dos materiais de consumo. Também informar ao setor financeiro para que fosse liberado o pagamento para as empresas.

 

“As entregas desses materiais não eram feitas, entretanto, o então secretário, validava a entrega e conferência dos materiais e, em seguida, informava o setor financeiro para liberar o pagamento as empresas, em razão disso ganhava um percentual monetário sobre esses pagamentos”, consta trecho da denúncia.

 

Conforme o Gaeco, os documentos que desapareceram dos arquivos da Secretaria de Administração, Patrimônio e Informática são relativos à validação, conferência e ratificação dos materiais de consumo entregues à Assembleia Legislativa.

 

O Gaeco ressalta que a prisão do servidor busca resguardar a instrução processual, assegurando a colheita de provas. “O acusado Djalma Ermenegildo destruiu o está, no mínimo, ocultando os documentos a fim de impossibilitar a colheita de provas dessa ação penal, assim como mascarar os ilícitos praticados por ele e pelos demais acusados, sendo necessária a sua prisão preventiva para resguardar a instrução criminal”.