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NOTÍCIA

Eurogrupo inicia reunião e admite dificuldade na negociação com Grécia

Presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, cita falta de confiança. Propostas gregas são insuficientes para nova ajuda, diz Alemanha.

Data: Sábado, 11/07/2015 00:00
Fonte: G1 São Paulo
O ministro das Finanças grego Euclidis Tsakalotos conversa com a diretora do FMI, Christine Lagarde, durante reunião em Bruxelas (Foto: Reuters/François Lenoir)
O ministro das Finanças grego Euclidis Tsakalotos conversa com a diretora do FMI, Christine Lagarde, durante reunião em Bruxelas (Foto: Reuters/François Lenoir)
 
 

Os ministros de Economia e Finanças da zona do euro (Eurogrupo) iniciaram neste sábado (11) uma reunião extraordinária com a intenção de avançar nas negociações com a Grécia sobre o pagamento da dívida do país, mas reconheceram as dificuldades no debate.

 

Sob a presidência do holandês Jeroen Dijsselbloem, o fórum começou às 10h30 (horário de Brasília), conforme informações da Agência Efe, a analisar o plano de reformas solicitado pelo governo de Alexis Tsipras para que a Grécia receba um novo resgate – o terceiro – por um período de três anos e por um valor de cerca de € 50 bilhões. 

 

As últimas propostas do governo grego estão longe de serem suficientes para a concessão de um terceiro pacote de ajuda financeira a Atenas, disse neste sábado (11) o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, em Bruxelas, de acordo com informações da agência de notícias Reuters.

 

Na chegada à reunião do Eurogrupo para discutir a respeito das últimas propostas de reformas formuladas pelos gregos, e na qual os credores – Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional – irão decidir o que fazer, Wolfgang Schäuble não escondeu sua desconfiança em relação ao primeiro-ministro grego Alexis Tsipras.

 

"A confiança foi destruída de uma maneira inacreditável nos últimos meses", disse o ministro alemão, acrescentando que não poderia "confiar em promessas" para aceitar continuar a ajudar a Grécia.

 
 
 
 
 

Ele disse que, no formato atual, as propostas de reformas de Alexis Tsipras ficaram "longe de suficientes" para convencer os credores a conceder um terceiro plano de ajuda à Grécia.

 

'Grave problema de confiança'


Segundo a France Presse, o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, também disse neste sábado que as negociações com a Grécia para conceder um novo resgate serão "difíceis" pela falta de confiança, ao considerar que as reformas apresentadas por Atenas "não são suficientes".

 

"Há um grave problema de confiança. Podemos confiar no governo grego para que faça o que prometeu nas próximas semanas, meses e anos?", questionou Dijsselbloem, que também é ministro das Finanças da Holanda, ao chegar em Bruxelas para uma reunião crucial sobre a Grécia.

 

 

RESUMO DO CASO


- A Grécia enfrenta uma forte crise econômica por ter gastado mais do que podia.


- Essa dívida foi financiada por empréstimos do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do resto da Europa.


- Em 30 de junho, venceu uma parcela de € 1,6 bilhão da dívida com o FMI. Então, o país entrou em "default" (situação de calote), o que pode resultar na sua saída da zona do euro. Essa saída não é automática e, se acontecer, pode demorar. Não existe um mecanismo de "expulsão" de um país da zona do euro.


- Como a crise ficou mais grave, os bancos estão fechados para evitar que os gregos saquem tudo o que têm e quebrem as instituições.


- A Grécia depende de recursos da Europa para manter sua economia funcionando. Os europeus, no entanto, exigem que o país corte gastos e aumente impostos para liberar mais dinheiro. O prazo para renovar essa ajuda também venceu em 30 de junho.


- Em 5 de julho, os gregos foram às urnas para decidir se concordam com as condições europeias para o empréstimo, e decidiram pelo "não".


- Os líderes europeus se reuniram esta semana para discutir a situação grega e deram um ‘ultimato’ ao governo grego, exigindo uma proposta até dia 9 de julho.


- A Europa pressiona para que a Grécia aceite as condições e fique na zona do euro. Isso porque uma saída pode prejudicar a confiança do mundo na região e na moeda única.


- Para a Grécia, a saída do euro significa retomar o controle sobre sua política monetária (que hoje é "terceirizada" para o BC europeu), o que pode ajudar nas exportações, entre outras coisas, mas também deve fechar o país para a entrada de capital estrangeiro e agravar a crise econômica.