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NOTÍCIA

MP investiga adição de amido de milho e leite impróprio em queijo

Semelhante à Leite Compensado, ação é cumprida nesta terça-feira (16). MP investiga fraude no produto em municípios do Noroeste e Vale do Sinos.

Data: Terça-feira, 16/06/2015 00:00
Fonte: Dulce Sachetti Da RBS TV
 
 
 
MP deflagrou Pperação Queijo Compensado (Foto: Dulce Sachetti/RBS TV)
MP deflagrou Operação Queijo Compensado no RS (Foto: Dulce Sachetti/RBS TV)
 

O Ministério Público deflagrou nesta terça-feira (16) a primeira edição da Operação Queijo Compensado no Rio Grande do Sul. A ação ocorreu simultaneamente nas cidades de Três de Maio, na Região Noroeste, e em Ivoti, no Vale do Sinos. Conversas telefônicas entre os suspeitos foram interceptadas e comprovam adulteração em queijo distribuídos em cidades gaúchas, segundo o órgão.

 

Homem foi preso em empresa de laticínio de Três de Maio (RS) (Foto: Dulce Sachetti/RBS TV)
Homem foi preso em empresa de laticínio de Três
de Maio (Foto: Dulce Sachetti/RBS TV)
 

Na ação, são cumpridos três mandados de prisão preventiva - dois em Ivoti e um em Três de Maio -, dois mandados de medidas alternativas à prisão contra outros dois investigados e mais seis mandados de busca e apreensão, três em cada munipio. Ao menos duas pessoas foram presas, uma em cada cidade. Documentos também foram apreendidos e serão analisados.

 

Conforme o MP, a empresa de processamento Laticinios Progresso Ltda, com sede em Três de Maio e Ivoti, é suspeita de acrescentar amido de milho no queijo, que, segundo MP, engrossa e dá consistência ao produto. No entanto, ao final do processo, deixa o queijo esfarelado e com odor, até mofar. A mesma empresa é apontada por receber leite rejeitado pelas indústrias por estar vencido ou fora de qualidade. Um homem foi preso em flagrante no local. O nome dele e sua função na empresa, no entanto, ainda não foram divulgados.

 

A investigação sobre a fraude no queijo durou dois anos, conforme o promotor Mauro Rochenback, o mesmo responsável pelas oito etapas da Operação Leite Compensado, que flagrou um esquema de adulteração no produto com a adição de substâncias que não fazem parte de sua composição. Segundo ele, a fabricação de queijo com amido de milho serve para mascarar a colocação de menos leite do que o exigido pelas normas da indústria do setor.

Ainda segundo o MP, os proprietários da empresa estariam fraudando notas fiscais, já que, conforme o órgão, eles possuem um programa para confeccionar notas falsas.

A Operação Queijo Compensado, liderada pela Promotoria do Consumidor do Ministério Público, conta com apoio da Brigada Militar, além de técnicos do Ministério da Agricultura, da Secretaria Estadual da Agricultura e Receita Estadual.

Leite Compensado
Antes da Operação Queijo Compensado, o Ministério Público desvendou um esquema de fraude no leite. A primeira fase da Operação Leite Compensado foi desencadeada em 8 de maio de 2013, quando investigações apontaram para um esquema que adulterou cerca de 100 milhões de litros do produto no estado.

Na ocasião, o MP revelou que transportadores estavam adicionando água e ureia (que contém formol) ao leite cru para aumentar o volume e disfarçar a perda nutricional no caminho entre a propriedade rural e a indústria. O esquema era realizado em postos de resfriamento.

Nas etapas seguintes, as investigações verificaram alteração na densidade do leite, por adição de produtos como sal, açúcar ou amido de milho, acidez elevada, que indica a deterioração por micro-organismos, além de adição de soro de leite.