Na infância, a mãe da criança foi diagnosticada com anemia falciforme e precisava de se submeter a um transplante de medula óssea. Para que o procedimento fosse bem-sucedido, a paciente teve de receber quimioterapia a fim de desactivar o sistema imunológico e evitar que o material transplantado fosse rejeitado pelo corpo. Como a quimioterapia é um tratamento agressivo, que poderia danificar os ovários da paciente, os médicos decidiram retirar um deles - quando a menina tinha apenas 13 anos - e congelar pedaços do tecido.
Quando a jovem decidiu que queria ser mãe, os médicos enxertaram no ovário deficiente quatro fragmentos do tecido congelado e mais 11 em outros locais. Cinco meses após o procedimento, a jovem começou a menstruar espontaneamente e algum tempo depois acabou por engravidar.
De acordo com a médica que lidera a pesquisa, Isabelle Demeestere, o método pode ser uma esperança para pacientes com alto risco de falência ovariana, como pessoas que lutam contra linfoma e leucemia.
«O sucesso do procedimento requer uma pesquisa mais aprofundada em pessoas mais jovens, na pré-puberdade, uma vez que a paciente analisada, apesar de não ter menstruado na época, já estava na puberdade», disse a médica.