Uma parte do trecho Oeste do Rodoanel que estava totalmente interditada nesta terça-feira (9) por causa de reintegração de posse de um terreno em Osasco, na Grande São Paulo, foi liberada por volta de 8h30 depois de três horas fechado nos dois sentidos. Após a liberação do Rodoanel, o motorista enfrenta 3 km de lentidão no sentido Bandeirantes, do km 13 ao km 10. No sentido litoral o tráfego flui bem, segundo a CCR Rodoanel Oeste.
Cerca de 700 policiais dão apoio aos oficiais de Justiça que cumprem um mandado de reintegração de posse em um terreno com cerca de 412 mil m² perto do Rodoanel.
Segundo a Polícia Militar, de 12 mil a 15 mil pessoas vivem na área, conhecida como Comunidade Nelson Mandela. A PMinformou que a reintegração de posse na ocupação Nelson Mandela continua em andamento e está pacífica.
A área foi ocupada em fevereiro de 2014, informou a Secretaria de Segurança Pública, e há cerca de 3 mil moradias, entre barracos de madeira e casas de alvenaria.
Imagens do Globocop mostraram diversos focos de incêndio, que se alastra pelo terreno. A fumaça pode ser vista de longe e o Corpo de Bombeiros está no local. Alguns moradores retiraram seus móveis, como berço e cama.
O porta-voz da PM no local, capitão Márcio Goés de Souza, disse que a preocupação da PM é com a integridade física dos moradores.
“Até agora está tudo dentro da normalidade. Alguns atearam fogo em alguns barracos e a fumaça atrapalha um pouco o trabalho e pode gerar nervosismo”, disse.
Segundo Souza, muitos moradores saíram durante a noite sem nenhum confronto.
A cozinheira Ivaneide Moreira da Silva, de 37 anos, mora há 14 anos em um terreno próximo ao local onde ocorre a reintegração, mas também invadiu o terreno para conseguir um pedaço de terra e construir um barraco. “Nós somos esquecidos. Ocupei aqui na tentativa de conseguir algo melhor. Mora lá embaixo onde Judas esqueceu as botas e esqueceu de buscar. Aqui é mais perto do asfalto, da escola”, afirmou.
Ela tirou seus pertences do barraco construído na área invadida nesta segunda-feira (8). “Muita gente falou que ia resistir. Quando invadi, estava grávida. Ontem eu tirei minhas coisas. Paciência, agora estamos nas mãos de Deus”, lamentou a nulher.
Já a moradora Valdeci Rodrigues, de 61 anos, retirou seus pertences na segunda, mas retornou na manhã desta terça-feira (9) para buscar suas plantas. "Eu gosto de planta. Estou levando só uns vasinhos com coentro, samambaia", disse.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública informou nesta terça que a reintegração foi solicitada pela empresa Dias Martins S/A Mercantil e Industrial, proprietária da área.
A desocupação foi determinada pela juíza Ângela Moreno Pacheco de Rezende Lopes, da 2ª Vara Cível do Foro de Osasco.
Segundo a secretaria, “para que a reintegração seja pacífica, a Polícia Militar participou de reuniões com oficiais de Justiça e representantes de órgãos como Conselho Tutelar, Secretaria Municipal de Obras de Osasco, Secretaria Municipal de Assistência e Promoção Social, Ministério Público, Defensoria Pública do Estado de São Paulo, Secretaria Municipal da Saúde, entre outros."