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NOTÍCIA

Confirmação de pena de morte de ex-presidente do Egito Morsi adiada para dia 16

Data: Terça-feira, 02/06/2015 00:00
Fonte: por Lusa

A decisão sobre a pena de morte a que foi condenado há duas semanas o ex-presidente islamita egípcio Mohamed Morsi foi adiada hoje para 16 de junho, indicou um juiz do tribunal que o tinha condenado.

 

A 16 de maio, Morsi, o primeiro presidente eleito democraticamente no Egito antes de ser destituído pelo exército, foi condenado à pena capital devido a fugas da prisão e a violências durante a revolta de 2011, juntamente com cerca de uma centena de dirigentes da Irmandade Muçulmana.

 

No entanto, qualquer condenação à morte deve ser alvo de um parecer não vinculativo do `mufti` (académico que interpreta a lei islâmica) do Egito, antes de ser confirmada ou comutada.

 

"Como o parecer do `mufti` só chegou ao tribunal esta manhã (hoje), decidimos adiar a nossa decisão para 16 de junho para podermos deliberar", declarou o juiz Chaabane al-Chami, que preside ao tribunal do Cairo em causa.

 

O parecer do `mufti` nunca é comunicado.

A pena de morte atribuída a Morsi, de 64 anos, e à centena de coacusados suscitou a reprovação da União Europeia, dos Estados Unidos e das Nações Unidas.

 

Os "julgamentos em massa" expeditos de que têm sido alvo os partidários do presidente islamita desde que ele foi destituído e detido pelo exército a 03 de julho de 2013 são regularmente criticados.

 

O ex-chefe das forças armadas e atual presidente, Abdel Fattah al-Sissi tem sido acusado por organizações não governamentais de ter instaurado um regime ainda mais repressivo que o de Hosni Mubarak, afastado pela revolta de 2011.

 

Mais de 1.400 manifestantes pró-Morsi foram mortos em algumas semanas após a sua destituição e mais de 15.000 militantes da Irmandade Muçulmana foram detidos. Várias centenas deles foram condenados à morte em julgamentos em massa despachados por vezes em alguns minutos, o que a ONU considerou não ter "precedente na História recente" do mundo.