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NOTÍCIA

Líder do PMDB defende 'distritão' e fim da reeleição e do voto obrigatório

Bancada do partido tem reunião para acertar posições em cada ponto. PT fechou questão contra ‘distritão’ e financiamento privado de campanha.

Data: Terça-feira, 26/05/2015 00:00
Fonte: Nathalia Passarinho Do G1, em Brasília
 
 

O líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), afirmou nesta terça-feira (26), após reunião com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que defende a derrubada do voto obrigatório e o fim da reeleição para presidente da República, governador e prefeito- pontos previstos no textodo deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), novo relator dos projetos de reforma política.

 

A bancada do PMDB se reunirá nesta tarde para decidir que posição tomará em cada ponto previsto na proposta. A votação em plenário deve ter início no início da noite desta terça. “Vamos discutir tema a tema. Eu pessoalmente sou defensor do voto facultativo. O relator colou no texto o voto facultativo. [...] Pessoalmente sou favorável ao fim da reeleição, com mandato de quatro anos. Mas ainda vamos discutir isso”, disse Picciani.

 

 

Outro ponto defendido pelo líder do PMDB, mas que já conta com o aval da bancada do partido, é o sistema de votação para deputado e vereador conhecido como “distritão”, em que são eleitos os candidatos mais votados em cada estado ou município, sem levar em conta os votos para o partido ou a coligação.

 

Atualmente, para deputado e vereador, o sistema é o proporcional com lista aberta. É possível votar tanto no candidato quanto na legenda, e um quociente eleitoral é formado, definindo quais partidos ou coligações têm direito de ocupar as vagas em disputa. Com base nessa conta, o mais bem colocado de cada partido entra. O relatório de Rodrigo Maia estabelece o "distritão" como sistema eleitoral.

 

O líder do PMDB disse que negocia com partidos a adesão a esse sistema e afirmou acreditar que serão obtidos os votos necessários. “Me parece que, não acontecendo isso, a Casa estará fazendo a opção por manter o sistema como está atualmente, portanto, não promover uma reforma política profunda. Hoje o que diminui a representatividade é um sistema que o eleitor não entende, o eleitor vota achando que estará elegendo um candidato e elege outro”, disse Picciani.

 

O deputado do Rio de Janeiro também disse que o partido defende o financiamento misto de campanha, como é hoje, mas com teto de gastos para limitar o que chamou de propagandas “hollywoodianas”.

 

“A regra atual permite campanhas muito caras, com programas de televisão com uso de trucagem, filmagens externas que transformam os programas em superproduções, produções hollywoodianas. A campanha da presidente Dilma pagou R$ 80 bilhões ao seu marqueteiro. Uma produção caríssima”, criticou o peemedebista.

 

PT
Mais cedo nesta terça, a bancada do PT na Câmara dos Deputados decidiu fechar questãocontra a aprovação do sistema eleitoral do "distritão" e contra o atual modelo de financiamento das campanhas eleitorais, que permite doações de empresas.

 

Pelo estatuto do PT, o fechamento de questão obriga todos os 64 deputados da bancada respeitem a decisão da liderança e votem a favor da medida. Teoricamente, quem não cumprir ficaria sujeito a punições.

 

De acordo com Fontana, o PT estará aberto a debater qualquer sistema 100% proporcional, sendo "distrital misto" ou o até mesmo o aperfeiçoamento do sistema em vigor. "Somos muito, convictamente, contrários ao distritão”, enfatizou.

 

Além desse ponto, Fontana relatou que o PT tentará derrubar no plenário a possibilidade de empresas continuarem financiando campanhas eleitorais e partidos políticos. “Vamos concentrar um grande esforço para proibir empresas de financiarem partidos políticos e candidatos, a qualquer tempo, não só nas eleições”, ressaltou o parlamentar gaúcho.

 

Em relação aos demais pontos da reforma política, Henrique Fontana afirmou que sua bancada irá se posicionar somente durante a discussão no plenário.