A defesa de João Vaccari Neto voltou a negar nesta segunda-feira (27), por meio de nota (leia a íntegra ao final da reportagem), a participação do tesoureiro afastado do PT no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. O advogado Luiz D'Urso afirmou que não há provas contra Vaccari e disse ter recebido novas denúncias com "estranhamento".
Nesta denúncia, além de Vaccari, também foram denunciados o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e o executivo Augusto Mendonça Neto, do grupo Setal Óleo e Gás. Os três foram denunciados pelo MPF por 24 atos de lavagem de dinheiro correspondentes a R$ 2,4 milhões.
Conforme a denúncia, parte da propina paga pelo grupo Setal Óleo e Gás a Duque foi repassada por meio de contratos falsos a uma gráfica de São Paulo a pedido de Vaccari. Além da condenação dos três, os procuradores envolvidos na força-tarefa da Lava Jato pediram à Justiça restituição dos R$ 2,4 milhões, bem como o pagamento de multa no valor de R$ 4,8 milhões.
"Nenhuma prova foi apresentada quanto à participação do Sr. Vaccari, que nega, veementemente, ter orientado o delator Augusto Mendonça a fazer qualquer depósito, a qualquer título, na conta dessa Editora Gráfica Atitude", afirma a nota.
No documento, a defesa de Vaccari diz que a nova denúncia foi baseada apenas no depoimento de Mendonça Neto e reitera que ele só solicitou doações ao PT a partir de 2010, quando assumiu o cargo de tesoureiro do partido, e que todas as contribuições foram "legais" e fiscalizadas pelas "autoridades competentes".
Leia abaixo a íntegra da nota divulgada pela defesa de João Vaccari Neto:
NOTA PÚBLICA
A defesa de João Vaccari Neto se manifesta sobre esta nova denúncia, apresentada pelo Ministério Público Federal, nesta data, que trata de tema envolvendo o delator Augusto Mendonça.
Na verdade, a defesa estranha o fato de não ter havido o aditamento da denúncia anterior, pois o episódio relatado nessa nova denúncia refere-se tão somente à versão apresentada pelo delator Augusto Mendonça.
Nenhuma prova foi apresentada quanto à participação do Sr. Vaccari, que nega, veementemente, ter orientado o delator Augusto Mendonça a fazer qualquer depósito, a qualquer título, na conta dessa Editora Gráfica Atitude.
Inexiste investigação na qual o Sr. Vaccari tenha sido questionado oficialmente sobre esses supostos fatos, narrados nesta nova denúncia.
Reitera-se que o Sr. Vaccari não tratou de doação ao PT em período anterior a sua posse como tesoureiro do partido. Após 2010, na condição de tesoureiro, por seu dever de ofício, solicitou doações, a pessoas físicas e jurídicas, destinadas ao Partido dos Trabalhadores, todas elas legais, por via bancária, com emissão de recibos e sob fiscalização das autoridades competentes.
Por derradeiro, o Sr. Vaccari continua confiando na Justiça, no firme propósito de colaborar para que a verdade prevaleça e sua inocência possa ser confirmada judicialmente.
São Paulo, 27 de abril de 2015
Prof. Dr. Luiz Flávio Borges D’Urso
OAB/SP 69.991