ARIPUANÃ, Sexta-feira, 29/03/2024 -

NOTÍCIA

Pedro Taques é assediado por outros partidos e avalia sair do PDT

Data: Sábado, 21/03/2015 00:00
Fonte: Olhar Direto/ Laíse Lucatelli

Foto: Danilo Bezerra/ Olhar Direto

Aécio Neves quer levar Pedro Taques para o PSDB

Aécio Neves quer levar Pedro Taques para o PSDB


O governador Pedro Taques (PDT), que já enfrentou várias crises com a cúpula nacional do próprio partido, confirmou que vem sendo assediado por diversas siglas interessadas em sua filiação, e informou que avalia os convites. Porém, ele não quis citar as legendas com as quais já manteve conversas.


“Várias pessoas me convidaram para entrar nos partidos, inclusive vários presidentes nacionais de partidos”, afirmou Taques, na manhã desta sexta-feira (20). Questionado se mudaria de sigla, o governador não descartou a possibilidade. “Isso depende de uma decisão que tomarei”, disse.

 
 
Após uma atuação destacada em quatro anos de mandato no Senado, Taques se elegeu governador de Mato Grosso no 1º turno, e agora está em seu terceiro mês de mandato como chefe do Executivo. Ao longo de todo esse tempo, ele teve embates públicos com a direção nacional do PDT, especialmente em relação ao fato de o partido compor a base aliada da presidente Dilma Rousseff (PT).


Pedro Taques sempre defendeu a saída do PDT da base governista, e esteve alinhado à oposição durante seu mandato de senador. Durante a campanha de reeleição de Dilma, Taques se recusou a pedir votos para ela. Sua atuação contundente contra o governo petista levou ao estremecimento da relação com a cúpula pedetista. O governador sempre minimizou as desavenças, e disse considerar natural a divergência de opiniões. “Eu, como senador, discordei várias vezes do presidente do meu partido”, observou, referindo-se ao ex-ministro do Trabalho Carlos Lupi.


Além dos desentendimentos em nível nacional, Taques tem enfrentado fogo amigo no PDT em Mato Grosso. O deputado estadual e presidente regioanl do PDT, Zeca Viana, tem feito uma saravaida de críticas ao governo Taques, e neste início de legislatura tem se destacado como maior opositor do governador, ao ponto de levar a sigla para o bloco oposicionista da Assembleia Legislativa.


Ninho tucano

Entre as siglas que estão interessadas na aquisição de Taques, está o PSDB, que representa um caminho provável para o pedetista. O governador de Mato Grosso esteve próximo dos tucanos ao longo do seu mandato em Brasília, e se coligou com o partido nas eleições passadas. O candidato a senador de sua chapa foi o tucano Rogério Salles, e agora o deputado estadual Wilson Santos (PSDB) é o líder do seu governo na Assembleia Legislativa.


Na semana passada, Taques esteve reunido com o senador Aécio Neves (PSDB-MG) em Brasília. O governador demonstrou afinidade com o tucano quando atuaram juntos no Senado, e acabou por apoiar Aécio na eleição passada, quando ele foi derrotado na disputa pela Presidência da República. No protesto contra o governo Dilma realizado no último domingo (15), a primeira-dama mato-grossense Samira Martins divulgou foto com uma camiseta com os dizeres “A culpa não é minha. Eu votei no Aécio”.


A mudança de sigla, porém, traz insegurança jurídica. O maior risco é a eventual perda do mandato de governador, caso Taques seja enquadrado na lei de fidelidade partidária. Mesmo que um acordo com o PDT seja costurado, o Ministério Público Eleitoral tem autonomia para acionar o político infiel. Uma solução possível seria se filiar a um novo partido, no prazo de 30 dias após sua criação.