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NOTÍCIA

Sem dinheiro, Minha Casa, Minha Vida desacelera

Data: Sábado, 21/03/2015 00:00
Fonte: Ceará Agora

O Ceará é um dos Estados do Nordeste que sofrem com o atraso de repasse de recursos do Governo Federal para as obras do Programa Minha Casa, Minha Vida. Sem dinheiro, as construtoras desaceleram o ritmo das obras e ameaçam fazer novas demissões.


Os atrasos da Caixa Econômica Federal chegam há 75 dias e as dívidas somam R$ 175 milhões somente com construtoras responsáveis pelo Programa nos Estados da (Bahia, Ceará, Maranhão e Rio Grande do Norte), de acordo com os sindicatos locais da construção civil. No Ceará, os atrasados giram em torno de R$ 30 milhões e até 10 mil trabalhadores dessas obras foram demitidos desde novembro.


O atraso no pagamento ocorre desde o mês de novembro ano passado. Após a reeleição da presidente Dilma Rousseff, muitas obras começaram a ter o ritmo reduzido e as construtoras passaram a enfrentar dificuldades para honrar compromissos. Sem dinheiro em caixa, não há como pagar salários, nem impostos.


Os pagamentos ficam a cargo do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal e deveriam ser liberados 15 dias após a medição das obras. Procurados, os bancos não falaram e, segundo reportagem do Jornal Folha de São Paulo, Ministério das Cidades não comentou o caso. As demissões, segundo diretores do Sinduscon, começaram já no ano passado.


Segundo dados do Caged (cadastro de empregos do Ministério do Trabalho), o setor da construção civil no Nordeste está no vermelho: saldos negativos (registro de mais demissões do que contratações) de 9.635 vagas em fevereiro e 19,8 mil no primeiro bimestre (o pior saldo entre as cinco regiões).


No Ceará, os atrasados giram em torno de R$ 30 milhões e até 10 mil trabalhadores dessas obras foram demitidos desde novembro.


No Rio Grande do Norte, os atrasos chegam a R$ 15 milhões, diz o Sinduscon-RN. “Não temos como trabalhar com despesas altíssimas e sem receber”, afirma o diretor Carlos Luiz Cavalcanti.


Segundo o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, José Carlos Martins, os atrasos ocorrem em todo o país desde o segundo semestre de 2014. Ele não possui o valor global.