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NOTÍCIA

Dólar comercial é o maior desde 2004 com preocupações com Grécia

Data: Sexta-feira, 20/02/2015 00:00
Fonte: FOLHAPRESS

O dólar à vista, referência no mercado financeiro, subiu 0,35%, a R$ 2,877 nesta sexta-feira (20), e o comercial, usado no comércio exterior, avançou 0,45%, a R$ 2,879, na maior cotação desde 25 de outubro de 2004.


A sessão marcada pelo fraco volume financeiro e pelas indefinições sobre a possibilidade de a Grécia alcançar um acordo envolvendo a prorrogação de seu empréstimo com credores. "O dia teve volume bastante fraco.


Todos os investidores ficaram de olho na Grécia, com a indefinição em torno do acordo. Isso se refletiu no comportamento dos ativos lá fora", afirma Ignacio Rey, economista da Guide Investimentos.


Após o encerramento dos negócios, os membros da zona do euro aprovaram a prorrogação do resgate financeiro à Grécia por quatro meses. A Bolsa brasileira fechou praticamente estável.


O Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, fechou com leve queda de 0,11%, a 51.237 pontos, mas ainda se manteve no maior patamar em dois meses. O índice subiu 1,19% na semana, enquanto no ano acumula valorização de 2,46%. Das 68 ações negociadas, 30 subiram, 36 caíram e duas fecharam estáveis.


O volume financeiro no pregão foi de R$ 3,76 bilhões, bem abaixo do giro médio diário do ano, que é de R$ 6,79 bilhões, até o dia 19. A Grécia deu o tom nos mercados nesta sessão. Autoridades do país se reuniram nesta sexta com ministros das Finanças da zona do euro para tentar chegar a um acordo sobre a prorrogação de seus empréstimos por seis meses.


Ao final do encontro, os representantes da área de moeda comum esboçaram as linhas gerais de um acordo que pode ser a base para a extensão do pacote de resgate financeiro da Grécia.


A Alemanha, maior credor da Grécia, havia exigido "melhoras significativas" nos comprometimentos com reformas do novo governo esquerdista em Atenas antes de aceitar a extensão do financiamento da zona do euro.


Após o fechamento do pregão, foi anunciado que as partes teriam chegado a um acordo de extensão de quatro meses do programa de resgate da Grécia. Fora a questão grega, o dia não teve muitas novidades que pudessem impactar o mercado brasileiro, afirma Alexandre Wolwacz, diretor da escola de investimentos Leandro & Stormer.


"O cenário externo pressionou muito a Bolsa, apesar de sabermos que a economia da Grécia não tem representatividade em nível mundial. Mas se começa a contaminar a Europa, faz com que os investidores fujam de países mais arriscados, como o Brasil", avalia.


No cenário doméstico, os investidores analisaram dados do setor de serviços, que encerrou 2014 com crescimento de 6%, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A taxa foi a menor da série do indicador, que começou em janeiro de 2012. Em 2013, a expansão foi de 8,5%.


Os papéis da Petrobras fecharam em baixa nesta sessão. As ações preferenciais, as mais negociadas, caíram 0,82%, a R$ 9,67. As ações ordinárias, com direito a voto, perderam 1,04%, a R$ 9,54. Hoje teve início em Nova York a primeira audiência da empresa no caso da ação coletiva por investidores nos Estados Unidos.


Além disso, o Ministério Público Federal ajuizou cinco ações de improbidade administrativa que cobram pagamento de R$ 4,47 bilhões de ressarcimento ao erário pelos desvios de recursos da Petrobras, informou a instituição em nota nesta sexta-feira. Os valores incluem R$ 959 milhões como pagamento de multa civil e R$ 3,19 bilhões como indenização por danos morais coletivos.


A acusação de enriquecimento ilícito pelos fatos apurados na Operação Lava Jato abrange as empresas Camargo Corrêa, Sanko, Mendes Júnior, OAS, Galvão Engenharia, Engevix e seus executivos, disse o MPF. Os papéis da Vale conseguiram retomar a trajetória de alta. As ações preferenciais subiram 2,05%, a R$ 19,45.


Os papéis ordinários tiveram alta de 2,35%, a R$ 22,62. As telefônicas tiveram as maiores baixas do Ibovespa. Os papéis preferenciais da Oi caíram 8,84%, a R$ 6,50. As ações ordinárias da Tim tiveram queda de 3,58%, a R$ 12,38.


INTERVENÇÕES NO CÂMBIO Nesta manhã, o Banco Central brasileiro deu continuidade às atuações diárias no mercado cambial vendendo a oferta total de até 2.000 contratos de swap cambial (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro).


Foram vendidos 1.000 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 1.000 para 1º de fevereiro de 2016, com volume correspondente a US$ 98,1 milhões. O BC também vendeu a oferta integral de até 13.000 contratos de swap para rolagem dos contratos que vencem em 2 de março, equivalentes a US$ 10,438 bilhões. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 72% do lote total.