Soldados do governo ucraniano dirigem-se para a cidade de Debaltsevo, onde fortes combates ocorrem entre soldados ucranianos e separatistas (Foto: AP Photo/Petr David Josek)

O exército ucraniano reconheceu pela primeira vez, nesta terça-feira (17), o cerco a "diversas" de suas unidades militares na cidade estratégica de Debaltsevo, palco de violentos combates com os rebeldes pró-russos, segundo a agência France Presse.

"Violentos combates estão ocorrendo. Diversas unidades militares nossas foram cercadas", declarou à AFP o porta-voz militar Anatoli Stelmakh, enquanto separatistas afirmam ter ocupado a quase totalidade deste entroncamento ferroviário estratégico no leste da Ucrânia.

O líder separatista Eduard Basurin, número dois das milícias da autoproclamada república popular de Donetsk, afirmou que os rebeldes controlam "mais de 80%" da cidade de Debaltseve, de acordo com a Reuters

Cessar-fogo
Um cessar-fogo entre o exército ucraniano e os rebeldes pró-russos entrou em vigor na meia-noite de sábado para domingo, conforme ficou combinado no acordo da cúpula de Minsk, realizada semana passada. Porém, desde o início do cessar-fogo, ao menos cinco soldados ucranianos morreram e 22 ficaram feridos nos combates entre militares ucranianos e rebeldes pró-russos, a maioria em Debaltsevo

Na manhã desta teça-feira, a chanceler alemã, Angela Merkel, falou por telefone com os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Ucrânia, Petro Poroshenko, e acordou "passos concretos" para que a OSCE possa supervisionar o cumprimento dos acordos de cessar-fogo no leste da Ucrânia.

"Levando em conta a situação em Debaltsevo, a cidade onde havia combates nas últimas horas, os três dirigentes concordaram com medidas para permitir que a OSCE supervisione a situação no terreno", indicou o porta-voz do goveno alemão, Steffen Seibert.

A União Europeia e os Estados Unidos pediram, nesta segunda-feira, a suspensão total dos combates no leste da Ucrânia, onde as hostilidades entre o exército ucraniano e os rebeldes pró-russos continuam apesar da manutenção de uma trégua cada vez mais frágil.

O exército ucraniano e os rebeldes se acusavam mutuamente, nesta segunda-feira, de violar a trégua que entrou em vigor na madrugada de sábado para domingo. Os dois grupos afirmaram que, em tais condições, não retirarão as armas pesadas da frente, ao contrário do previsto nos acordos de Minsk.