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NOTÍCIA

Portela, Beija-Flor e Tijuca se destacam na segunda noite de desfiles no Rio de Janeiro

Bom humor da União da Ilha também foi destaque na avenida

Data: Terça-feira, 17/02/2015 00:00
Fonte: Thiago Calil, do R7


Máscaras da comissão de frente da Beija-Flor impressionaram pelos movimentosTata Barreto/ RioTur


São Bernardo acena para o público na Unidos da TijucaTata Barreto/ RioTur

Rio de Janeiro, Guiné Equatorial e Suíça. As escolas que mais se destacaram na segunda noite de desfiles do Grupo Especial carioca foram buscar inspirações em várias partes do mundo para fazer Carnaval. E valeu a pena. Portela, Beija-Flor e Unidos da Tijuca, respectivamente, entraram fortes na briga pelo título.  


A Portela abusou da tecnologia para retratar um Rio de Janeiro surreal em homenagem aos 450 anos da capital fluminense. O principal destaque da escola foi a escultura gigante da águia, símbolo da escola, fazendo as vezes de Cristo Redentor. A arquibancada foi ao delírio quando a ave fechou suas asas sobre o carro e abaixou para passar pela torre de TV da Sapucaí.


A Beija-Flor brilhou pelo primor de suas fantasias e alegorias, além de apresentar evolução e harmonia perfeitas. Na comissão de frente, máscaras mudavam de expressão controladas por controle remoto e impressionaram.

 

A Tijuca, por sua vez, atual campeã do Carnaval, mostrou que mesmo sem Paulo Barros é uma escola criativa, de comunidade dedicada e que está disposta a brigar pelo título. Se a Suíça, num primeiro momento, parece que não tem cara de folia brasileira, nas mãos da escola fica o mais verde e amarelo dos temas.


Águia da Portela representou a estátua do Cristo Redentor do Rio de JaneiroFernando Maia/Riotur/Divulgação

A irreverência da União da Ilha para criticar o culto à beleza foi outro destaque da noite. A escola fez um desfile leve e bem-humorado, com direito a luta de estilistas e saradões viciados em “cretina” como complemento alimentar. Veja como foram as apresentações das escolas.


São Clemente

Primeira escola a desfilar na noite de segunda-feira (16), a São Clemente fez uma homenagem ao carnavalesco Fernando Pamplona, um dos gênios que fizeram história na Sapucaí. A Incrível História do Homem que só tinha Medo da Matinta Perera, da Tocandira e da Onça Pé de Boi mostrou as lendas que assustavam o carnavalesco quando ele ainda era criança. O desfile falou sobre o começo do envolvimento de Pamplona com o Carnaval até os enredos campeões do carnavalesco no Salgueiro.

 

Cacau Protásio brilhou como Branca de Neve da União da IlhaTata Barreto/ RioTur

Portela

Segunda escola a desfilar, Portela já entrou na avenida como uma das favoritas ao campeonato de 2015. Quatro paraquedistas pousaram na Sapucaí antes do início da apresentação, que homenageou os 450 anos do Rio de Janeiro. A comissão de frente marcou presença com quatro formações de elenco, representando a praia, a Lapa, o Jardim Botânico e o Carnaval. O abre-alas foi outro destaque da escola. Uma águia gigantesca representava o Cristo Redentor. As músicas que cantaram o Rio de Janeiro ganharam um setor inteiro.

 

Beija-Flor

A Beija-Flor fez um verdadeiro espetáculo de samba, evolução e harmonia na avenida. A escola homenageou a Guiné Equatorial. O enredo abriu exaltando a ancestralidade na comissão de frente. No abre-alas, os povos ainda na floresta. Símbolos da cultura africana foram mostrados nas alas, que retrataram o continente como berço negro do mundo. Após a chegada dos colonizadores, as riquezas naturais da Guiné Equatorial, como o cacau e o petróleo. Por fim, a ascensão do país africano.

 

Cris Vianna brilhou como rainha da Imperatriz LeopoldinenseEstadão Conteúdo

União da Ilha

Quarta escola a desfilar na madrugada de terça-feira (17), a União da Ilha levou para a Sapucaí o enredo Beleza Pura?, que abusou da irreverência e do bom humor. Na comissão de frente, Cacau Protásio virou a Branca de Neve. A agremiação passou pelos padrões de beleza de acordo com as civilizações, desde os tempos de Babilônia. Para criticar a magreza excessiva, várias Olívias Palitos fizeram um desfile de moda na avenida. Já a velha-guarda lembrou que a beleza vem da sabedoria.

 

Imperatriz Leopoldinense

Quinta escola a desfilar na madrugada desta terça-feira (17), a Imperatriz Leopoldinense trouxe o enredo Axé, Nkenda! Um Ritual de Liberdade e que a Voz da Igualdade Seja Sempre a Nossa Voz, uma homenagem a Nelson Mandela e um grito contra o preconceito. A Verde e Branco mostrou as belezas africanas, a chegada dos escravos ao Brasil e a herança afro na cultura brasileira. Os negros que se consagraram em suas carreiras ganharam destaque. Martinho da Vila, Jovelina Pérola Negra, Dona Ivone Lara, Lázaro Ramos e Taís Araújo estão entre eles.

 

Abre-alas da São Clemente era rico em detalhesGabriel Santos/Riotur/Divulgação

Unidos da Tijuca

Coube à Unidos da Tijuca encerrar os desfiles do Grupo Especial. Cantando a Suíça, a escola distribuiu e fez nevar na Sapucaí. A escola usou a imagem de Clóvis Bornay, descendentes de suíços, para homenagear o país europeu. A comissão de frente mostrou o encontro do carnavalesco criança com sua versão adulta. No abre-alas, um enorme dragão articulado impressionou com movimentos precisos. Para falar do inverno rigoroso, foi montada uma pista de patinação. Nas alas, as invenções e marcas da Suíça: canivete, fechaduras de senhas, relógio, leite, queijo e chocolate.