ARIPUANÃ, Sexta-feira, 29/03/2024 -

NOTÍCIA

Com 1.500 exonerações, governo de MT prevê economia de R$ 50 milhões

Pedro Taques (PDT) diz que mais exonerações podem ser feitas. Para sindicalista, demanda de trabalho deve ser atendida por concursados.

Data: Sexta-feira, 13/02/2015 00:00
Fonte: Pollyana Araújo Do G1 MT

Pedro Taques disse que cortará o que for preciso para cortar gastos (Foto: José Medeiros / Secom-MT)


Nos primeiros 42 dias do atual governo, 1.500 servidores comissionados foram exonerados para cortar gastos e esse número poderá ser mais alto. Outras eventuais exonerações podem ocorrer, dependendo do resultado de um trabalho que vem sendo feito para a reforma administrativa do estado. As exonerações devem gerar uma economia de pelo menos R$ 50 milhões ao ano aos cofres do estado, somando as despesas com salário, transporte e telefone, como estima o governador Pedro Taques (PDT). Quando tomou posse, ele havia anunciado a extinção de até 2 mil cargos comissionados.


O levantamento sobre os cargos existentes nos órgãos estaduais, bem como a necessidade de mantê-los ou extinguí-los, está sendo realizado pela Secretaria de Gestão do estado."O secretário de Administração vai definir junto com o secretário de cada pasta os cargos que devem ser extintos. Ainda não temos um limite de cortes", disse o governador, nesta sexta-feira (13), durante café da manhã com jornalistas, no Palácio Paiaguás.

 

Para reduzir mais despesas, já que caixa do estado encontra-se em déficit, segundo o governador, os contratos estão sendo revistos. "Para cortar mais custos, vamos analisar os contratos. Auditoria serve para isso [enxugar despesas] também", pontuou. Taques não comentou sobre o impacto dessas exonerações para o estado.


Parte dos servidores comissionados que foram exonerados era da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema). Quase 200 funcionários do órgão foram dispensados desde o início da atual gestão. Na visão do presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Meio Ambiente (Sintema), Gilcélio Lima, algumas exonerações eram necessárias, mas que o governo precisa realizar concurso público para contratar profissionais que possam atender a demanda da pasta.


"Sempre defendemos a realização de concurso público. A Sema é uma secretaria muito complexa que depende de mão de obra para funcionar", afirmou o sindicalista. Ele avaliou, no entanto, que alguns cargos comissionados existentes na pasta precisam, de fato, serem extintos, já que a função tinha sido desvirtuada, como o de agente ambiental. "Essa função acabou sendo desvirtuada e essas pessoas passaram a atuar em outros setores. Nesse novo governo esse cargo deve ser extinto, pois não estava cumprindo com a finalidade para o qual tinha sido instituído", pontuou.


As exonerações e outras medidas, entre elas a suspensão de todos os pagamentos e paralisação das obras de infraestrutura, resguardadas as exceções, pelo período de 90 dias. Logo que assumiu o governo, Taque extinguiu cinco secretarias, de Comunicação Social (Secom), de Desenvolvimento do Turismo (Sedtur), de Esportes e Lazer (Seel), além da Secretaria Extraordinária da Copa de 2014 (Secopa) e da Secretaria Extraordinária das Ações do Gabinete do Governador, e promoveu alterações em outras seis delas.


Quando assumiu o governo, Pedro Taques divulgou que o déficit financeiro do estado poderia chegar a R$ 2,5 bilhões. Por causa disso, anunciou essas ações que poderiam amenizar a situação financeira do estado.


VLT
Na mesma entrevista, Pedro Taques comentou sobre as obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que ainda seguem indefinidas, após a constatação de que seria necessário pelo menos mais meio bilhão de reais para colocar o projeto em prática. Ele aguarda a realização de um estudo para verificar se o VLT, até então orçado em R$ 1,4 bilhão, se paga ou não. "Defendo que a obra seja terminada, mas quem vai dizer sobre a viabilidade de dar continuidade à obra são os técnicos".


Enquanto senador, Taques disse que vinha acompanhando a obra desde que o VLT substituiu o Bus Rapid Transit (BRT), que consiste na construção de corredores exclusivos para os ônibus coletivos, e que apontou uma série de irregularidades, mas que nada foi feito. Segundo ele, cerca de 600 irregularidades foram identificadas.