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Derrotado em eleição na Câmara, Chinaglia diz ‘respeitar’ decisão

Petista perdeu para Eduardo Cunha eleição para presidente da Câmara. Resultado é derrota para o governo da presidente Dilma Rousseff.

Data: Segunda-feira, 02/02/2015 00:00
Fonte: Nathalia Passarinho e Priscila Mendes Do G1, em Brasília

 

O candidato derrotado à presidência da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), concede entrevista após o anúncio do resultado da eleição (Foto: Priscilla Mendes / G1)
O candidato derrotado à presidência da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), concede entrevista após o anúncio do resultado da eleição (Foto: Priscilla Mendes / G1)

Após perder em 1º turno a eleição para presidente da Câmara, o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) afirmou neste domingo (1º) que “respeita a decisão da maioria” e garantiu que a relação do PT com o PMDB não vai mudar.


Desafeto da presidente Dilma Rousseff, o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), venceu a disputa para o comando da Casa com 267 votos, o que representou uma derrota para o governo. Chinaglia ficou em segundo com 136 votos. A disputa teve quatro candidatos.

 

“Eu entrei para defender programa, para defender uma concepção da Câmara dos Deputados, para assumir compromissos, para defender valores. Agora, na medida em que a maioria decidiu, eu não tenho o que questionar. Eu respeito. [...] A relação com o PMDB, se depender de mim, não vai mudar uma vírgula do que eu falei durante a campanha”, afirmou o petista.



Chinaglia afirmou ainda que a relação do Legislativo com o Planalto “sempre será respeitosa”. “Na minha opinião, a presidência da Câmara dos Deputados não serve nem para atacar o governo muito menos para defender. É um papel institucional”, disse. “Agora, o governo terá que constituir sua maioria. Aí é outra discussão”, completou.



Espaço na Mesa
Com a derrota de Chinaglia na disputa pelo comando da Câmara, o PT, apesar de possuir a maior bancada, ficará sem qualquer cargo na Mesa Diretora. No esforço para atrair siglas e conquistar apoio na eleição, o PT abriu mão de espaços de comando na Casa e cedeu aos aliados PP, PR e PSD.



Como a distribuição dos postos na Mesa se deu por eleição, o PT só poderá assumir algum desses cargos se convencer os eleitos a renunciar. Neste caso, haveria nova eleição e o PT indicaria um candidato do partido.



Em entrevista coletiva Chinaglia revelou que houve uma negociação com as legendas do bloco para que, em caso de derrota, alguma delas renunciasse ao cargo na Mesa Diretora para dar espaço ao PT.


“Nosso bloco estabeleceu que se eu ganhasse as eleições, o PT abriria mão da sua vaga na Mesa. Agora, como nós não ganhamos, evidentemente o PT vai ter uma vaga na Mesa. Isso foi combinado”, disse.


No entanto, após a entrevista, o novo líder do PT, Sibá Machado (AC), negou que o acordo esteja firmado e disse que seria um desgaste maior convencer os aliados a renunciar. Ele admitiu, porém, que houve negociação nesse sentido antes da eleição.


“Se depender de mim, esse assunto está encerrado. Posso ser voto vencido, mas vou para o gogó. Já temos problemas demais”, afirmou Machado.



Traições
Na entrevista, Chinaglia comentou o alto índice de “traição” na eleição para a Câmara. O bloco de apoio ao petista tinha a participação de quatro partidos e deveria garantir o voto de 160 deputados. Além disso, o PDT, que possui 20 deputados, apesar de não ter integrado formalmente o bloco, também havia anunciado apoio a Chinaglia.


"Uma parte deles não votou em mim. O que quer que eu diga? Com a experiência que eu tenho, não posso ter o direito de me surpreender. Todos nós sabemos que o fato de você constituir bloco não garante o voto isolado em nenhum cargo da mesa”, afirmou.