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NOTÍCIA

Alckmin é "picolé de virtudes", afirma vice Márcio França

Data: Domingo, 11/01/2015 00:00
Fonte: Região Noroeste

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), foi "lançado" pré-candidato à Presidência em 2018 pelo próprio vice, Márcio França (PSB), de maneira inusitada. 



Em artigo publicado nesta sexta-feira (9) França define o tucano como o "picolé de virtudes" a quem o país poderia recorrer "depois desse período de turbulências". 



O termo usado pelo vice é uma alusão ao apelido "picolé de chuchu" empregado pelo colunista da Folha José Simão em referência ao estilo discreto e pouco incisivo que marca a trajetória do governador. 



No texto, publicado no jornal "A Tribuna", de Santos, França se dispõe a "explicar" o sucesso eleitoral de Alckmin, a quem desfia um novelo de elogios. 



O vice faz uma comparação entre a flâmula do Estado e o governador, para concluir que "quem olha para Geraldo Alckmin logo percebe seu comportamento que imita as listras da Bandeira Paulista. Geraldo é reto, é preciso. Não tem tortuosidade. Idôneo e trabalhador, simples e sereno, Geraldo é a cara de São Paulo". 



Sem medo de parecer piegas, França defende o estilo do governador, a quem se refere como "o anestesista de Pinda" –referência à formação acadêmica de Alckmin e a sua cidade de origem, Pindamonhangaba–, e afirma que é uma "felicidade" estar agora ao seu lado no comando do Estado. 

Ele encerra o artigo dizendo que Alckmin deve ser lembrado na próxima sucessão presidencial. "Depois desse período de turbulências, o povo brasileiro poderá estar à procura de estabilidade e retidão. Se isso acontecer, vai encontrar fácil o anestesista de Pinda, o marido apaixonado da Lu e o picolé de virtudes que se tornou governador pela quarta vez", conclui. 



ALIADO 

Márcio França era deputado federal e foi o principal artífice da aliança do PSB com o PSDB em São Paulo. A contragosto da então vice de Eduardo Campos, Marina Silva (PSB), defendeu uma aliança com Alckmin e conseguiu, em consequência, o posto de vice na chapa. Marina pregava que o partido deveria lançar nomes novos e próprios se quisesse encarnar, de fato, a renovação na política. 



No texto publicado no jornal, França faz menção à articulação com o PSB –também em tom elogioso– mas dá o crédito da articulação que fez a Alckmin. Diz que o governador "fez tudo certo" durante a eleição se alinhando a partidos mais identificados com a esquerda e atribui ao tucano a votação que o senador mineiro Aécio Neves (PSDB-MG) alcançou no segundo turno da eleição presidencial entre os paulistas. 



"[Alckmin] Renovou suas companhias partidárias com viés mais à esquerda, e empurrou os conservadores para os adversários. Envelheceu os novos", diz França. 



Antes de conseguir levar o PSB para a vice, Alckmin acenou com o posto para o agora ministro das Cidades, Gilberto Kassab, numa tentativa de atrair o PSD para seu arco, ampliando seu tempo de propaganda eleitoral. 



Quando França ficou com o posto, Kassab se lançou candidato ao Senado na chapa de Paulo Skaf (PMDB), considerado ás vésperas da eleição um adversário com potencial para levar perigo à reeleição do governador.