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NOTÍCIA

Inflação da carne é a maior desde 2010

Data: Sábado, 10/01/2015 00:00
Fonte: Pedro Souza Do Diário do Grande ABC

André Henriques/DGABC


Em dezembro, o preço médio do quilo da carne vermelha custava 22,21% mais do que no fim do ano passado. Esse foi um dos fatores que impulsionaram a inflação oficial do País para alta de 6,41% em 2014, superior aos 5,91% vistos em 2013 e o maior percentual desde os 6,50% de 2011. No mês, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) subiu 0,78%, contra 0,51% em novembro e 0,92% no último mês de 2013. O indicador mede a inflação às famílias com renda entre um e 40 salários mínimos.


Economista do Ibre-FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), André Braz destacou que a carne na Grande São Paulo apresentou inflação de 18,58%. Ele apresentou duas situações de 2014 que contribuíram para este avanço de preços. “A estiagem, que comprometeu as pastagens e aumentou o custo para o pecuarista, que passou a comprar mais ração, e o aumento da exportação de carne bovina, que reduziu a oferta de carne no mercado brasileiro, contribuindo para o aumento do preço.”


A coordenadora de índices de preços do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Eulina Nunes, disse, por nota, que os alimentos com alta de 8,03%, principalmente as carnes, junto com os valores desembolsados para morar (grupo de habitação, com 8,80%), ficaram na “liderança, com os principais impactos”.


NO LIMITE - O resultado do ano ficou abaixo do teto da meta de inflação do governo federal por 0,09 ponto percentual. O presidente do BC (Banco Central), Alexandre Tombini, se pronunciou por nota avaliando que “esse patamar de inflação reflete a ocorrência de dois importantes processos de ajuste de preços relativos ora em curso na economia brasileira, a saber: o realinhamento dos preços domésticos (dentro do Brasil) em relação aos preços internacionais e o realinhamento dos preços administrados (que são controlados pelo governo, como água, luz e combustível) em relação aos preços livres”.


No entanto, Tombini destacou a continuidade na busca por menor inflação. “Embora a inflação tenda a mostrar resistência no curto prazo, o Banco Central reafirma que irá fazer o que for necessário para que, neste ano, a inflação entre em longo período de declínio, que a levará à meta de 4,5% em 2016.”


O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que abrange os preços para quem tem renda familiar entre um e cinco salários mínimos, acumulou alta de 6,23%, acima dos 5,56% de 2013.