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NOTÍCIA

PEVS 2013: silvicultura e extrativismo produzem R$ 18,7 bilhões

Data: Quarta-feira, 17/12/2014 00:00
Fonte: Cenário MT

A Produção de Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS) tem informações sobre 38 produtos do extrativismo vegetal e sete da silvicultura, abrangendo todos os municípios brasileiros. Na PEVS 2013, pela primeira vez, há dados sobre a produção de carvão vegetal, lenha e madeira, desagregada segundo três grupos de espécies (Eucalipto, Pinus e Outras).


Em 2013, o grupo de produtos alimentícios gerou 71,3% do valor da produção extrativa não madeireira. Os destaques desse grupo foram o açaí (R$ 409,7 milhões), a erva-mate nativa (R$ 400,0 milhões) e a castanha-do-pará (R$ 72,1milhões).

 

A crescente fiscalização e a proibição, em alguns estados, do uso de lenha e carvão oriundos de matas nativas continua contribuindo para a queda de produção nos principais produtos madeireiros da extração vegetal: carvão vegetal, lenha e madeira em tora. A produção de madeira em tora oriunda das matas nativas (13,7 milhões de m³) recuou 8,4% em relação a 2012. A seguir, as principais informações da Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS) 2013, cuja publicação encontra-se em:
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/pevs/2013/default.shtm


Em 2013, a participação de produtos madeireiros na extração vegetal totalizou R$ 3,2 bilhões e o de não madeireiros, R$ 1,3 bilhões. Na silvicultura os quatro produtos madeireiros somaram R$ 14,1bilhões e os três não madeireiros apenas R$ 143,8 milhões. Em relação a 2012, houve queda de produção em 24 produtos do extrativismo vegetal e 14 tiveram variação positiva.


Produtos alimentícios geram 71,3% do valor da produção extrativa não madeireira

 

Em 2013, na produção extrativa não madeireira, o grupo de produtos “Alimentícios” participou com 71,3% do valor total da produção dos não madeireiros, seguido pelas Ceras (10,6%), Oleaginosos (10,4%) e Fibras (6,8%) A maior parte do extrativismo vegetal não madeireiro se concentra no Norte, com destaque para o açaí (93,6%) e castanha-do-pará (95,8%), e no Nordeste, com amêndoas de babaçu (99,7%), fibras de piaçava (95,2%) e pó de carnaúba (100,0%). O Sul concentra apenas dois produtos: erva-mate (99,9%) e pinhão (96,8%)

 


No grupo dos produtos alimentícios, os destaques em valor da produção foram o açaí (R$ 409,7 milhões), erva-mate nativa (R$ 400,0 milhões) e a castanha-do-pará (R$ 72,1milhões). Nas ceras, o pó de carnaúba (R$ 118,1 milhões), nos oleaginosos, as amêndoas de babaçu (R$ 121,8 milhões) e nas Fibras, a piaçava (R$ 82,9 milhões).

 


Açaí (fruto) - A produção nacional de açaí extrativo (202 216 toneladas em 2013) cresceu 1,6% em relação a 2012. O Pará, principal produtor, participou com 54,9% desta produção e o Amazonas com 35,5%. A maior variação em valores absolutos ocorreu no Acre. A produção de açaí não vem apenas do extrativismo e o seu cultivo vem aumentando. O principal município produtor continua sendo Codajás no Amazonas, seguido pelos municípios paraenses Limoeiro do Ajuru e Oeiras do Pará, Itacoatiara no Amazonas e Muaná, Ponte de Pedras e São Sebastião da Boa Vista, no Pará. Os 20 maiores produtores concentram 70,8% da produção nacional.

 


Erva-mate - Em 2013, o país produziu 344 594 toneladas, 36,4% a mais que em 2012. O líder é o Paraná (73%), com Santa Catarina (20,9%), Rio Grande do Sul (5,9%) e Mato Grosso do Sul a seguir. São Mateus do Sul, Cruz Machado, Bituruna, Inácio Martins e Paula Freitas no Paraná, seguido por Canoinhas em Santa Catarina são os principais municípios produtores.

 


Babaçu (amêndoa) - A produção de amêndoas de babaçu recuou (-8,3%) comparada a 2012, devido à falta de mão-de-obra, uma tendência dos últimos anos. As 89 739 toneladas produzidas em 2013 vieram principalmente do Maranhão (94,4% da produção nacional) e Piauí (4,8%). No ranking dos 20 municípios maiores produtores, todos são maranhenses e respondem por 56,7% da produção total. O principal município produtor foi Vargem Grande, seguido por Pedreiras, Poção de Pedras, Bacabal e São Luiz Gonzaga do Maranhão.

 


Pó cerífero de carnaúba - Com 9,3% de alta na produção de 2013, o Ceará, mesmo com a forte estiagem em alguns municípios, compensou a queda ocorrida nos demais estados produtores, fazendo com que a quantidade obtida de pó cerífero de carnaúba em 2013 (18 251 toneladas) crescesse 2,3% em relação a 2012. Os principais produtores foram Piauí (62,6% da produção) e Ceará (33,5%). Granja, Camocim e Coreaú são os maiores municípios produtores do Ceará, e Piripiri, Campo Maior e Piracuruca lideram no Piauí. Entre os 20 municípios maiores produtores (53,2% da produção), doze são do Piauí, sete do Ceará e um do Maranhão.

 


Fibras de piaçava - A baixa procura do mercado fez com que a produção nacional de fibras de piaçava recuasse (-22,8 %) em relação a 2012, atingindo 44 617 toneladas em 2013. A Bahia foi o principal produtor do País (42 469 toneladas, ou 95,2% da produção nacional), com Amazonas, Maranhão e Acre a seguir. Dos 20 maiores municípios produtores de piaçava do País, responsáveis por 99,7% da produção nacional, dezessete são da Bahia e três do Amazonas. Destaques para Ilhéus, Nilo Peçanha, Cairu e Ituberá na Bahia e Barcelos, Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira no Amazonas.

 



Castanha-do-pará - Em 2013, a produção de castanha-do-pará (38 300 toneladas) teve uma ligeira queda (-1,3%) em relação a 2012. Acre (13 599 toneladas), Amazonas (11 785 toneladas), Pará (9 023 toneladas), Rondônia (1 689 toneladas) e Mato Grosso (1 596 toneladas) concentram 98,4% da produção nacional, além do Amapá e Roraima. Brasiléia, no Acre, continua sendo o município maior produtor (3 660 toneladas), seguido por Óbidos no Pará (2 600 toneladas). Dos 20 municípios maiores produtores, sete são do Acre, oito do Amazonas, quatro do Para e um de Rondônia. Juntos, são responsáveis por 70,8% da produção nacional.

 


Produção de folhas de eucalipto cresce e a de cascas de acácia negra recua

 


A produção não madeireira da silvicultura está concentrada nas Regiões Sudeste e Sul. Os destaques foram o aumento na quantidade obtida de folhas de eucalipto (22,1%) e decréscimo de produção para cascas de acácia-negra (-29,3%) e resina (-0,4%).

 


Cascas de acácia-negra - O Rio Grande do Sul concentra a produção nacional (72 802 toneladas em 2013), que teve queda (-29,3%) em relação a 2012, devido ao baixo preço e à falta de mão de obra. Os 20 municípios maiores produtores (85,6% da produção) são Piratini, Brochier, Salvador do Sul, Montenegro, Portão, Morro Reuter, Barão do Triunfo, Santa Maria do Herval, Maratá, São José do Sul, Dois Irmãos, Poço das Antas, São Jerônimo, Capela de Sant’Ana, Tupandi, Linha Nova, São Pedro da Serra, Picada Café, Triunfo e Presidente Lucena.

 


Folhas de eucalipto - A produção de folhas de eucaliptos em 2013 (56 743 toneladas) cresceu 22,1% em relação a 2012. Foram apenas 16 os municípios produtores, distribuídos em Minas Gerais (São João do Paraíso, Ninheira, e Berizal), São Paulo (Santa Maria da Serra, Torrinha, Ubirajara, Dois Córregos, São Pedro, Guaimbê, Mineiros do Tietê e Bauru), Mato Grosso do Sul (Três Lagoas, Água Clara, e Antônio João) e no Paraná (Corbélia).

 


Resina - A produção (73 463 toneladas) recuou (-0,4%) em relação a 2012. São Paulo liderou, com Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná e Bahia a seguir. Os 20 principais municípios produtores (85,9% da produção) são Santa Vitória do Palmar, São José do Norte, Rio Grande, Balneário Pinhal e Palmares do Sul (RS), Paranapanema, Itapeva, Itapetininga, Guareí, Nova Campina, Buri, Itaí, Apiá e Itararé (SP), Padre Carvalho, Grão Mogol e Vázea da Palma (MG), Ribas do Rio Pardo (MS); Jaborandi (BA) e Cerro Azul (PR).

 


Produção Madeireira atinge 144,5 milhões de m³

 


Dos 144 477 528 m³ produzidos de madeira em tora, 90,5% foram oriundos das florestas plantadas e apenas 9,5% do extrativismo vegetal. A produção de madeira em tora para papel e celulose contribuiu com 55,5% no total obtido pela silvicultura. Na produção de carvão vegetal (6 589 720 toneladas) 84,7% vieram da silvicultura e 15,3% da extração vegetal. Na produção de lenha (86 250 149 m³), o extrativismo colaborou com 35,9%, contra 64,1% da silvicultura.

 


Na produção madeireira extrativa, carvão, lenha e madeira em tora continuam a recuar

 


Os produtos madeireiros do extrativismo vegetal com altas na quantidade foram nó de pinho (48,2%) e árvores abatidas do pinheiro-brasileiro nativo (141,8%). Já carvão vegetal (-13,2%), lenha (-9,8%) e madeira em tora (-8,4%) recuaram. A fiscalização e a proibição, em alguns estados, do uso de lenha e carvão oriundos de matas nativas contribuiu para essas quedas.

 


Carvão vegetal da extração vegetal - A produção nacional (1 006 554 toneladas) teve queda (-13,2%) em relação a 2012. Os principais produtores foram Maranhão (316 445 toneladas), Mato Grosso do Sul (206 312 toneladas), Piauí (112 695 toneladas), Bahia (102 000 toneladas) e Minas Gerais (101 045 toneladas). Os municípios maiores produtores foram Grajaú e Buriti Bravo (MA); Baianópolis (BA) e Aquidauana e Ribas do Rio Pardo (MS).

 


Lenha da extração vegetal - Em 2013, a produção de lenha do extrativismo vegetal (30 955 344 m³) teve queda (-9,8%) em relação a 2012. A maior produção foi da Bahia (5 792 945 m³), seguida por Ceará (3 560 358 m³), Maranhão (2 589 778 m³), Pará (2 470 289 m³), Mato Grosso (2 152 073 m³) e Pernambuco (2 069 710 m³), somando 60,2% do total nacional. Na Bahia, o município com a maior produção foi Xique-Xique; no Ceará foi Santa Quitéria; no Maranhão, Loreto; no Pará, Baião; no Mato Grosso, Aripuanã; e em Pernambuco foi Santa Cruz. No “ranking” dos 20 principais municípios produtores (15,5% do total produzido), cinco estão na Bahia, quatro no Pará, quatro em Pernambuco, dois no Maranhão, um no Acre, um no Mato Grosso, um em Rondônia, um no Ceará e um no Paraná.

 


Madeira em tora da extração vegetal - A produção de madeira em tora das matas nativas (13 677 672 m³) teve queda (-8,4%) em relação a 2012. Os principais produtores foram Pará (4 669 493 m³), Rondônia (4 003 304 m³) e Mato Grosso (1 441 082 m³), com 74% do total. O município de Porto Velho (1 521 233 m³) assumiu a liderança, seguido por Portel (1 000 000 m³) no Pará. Entre os 20 maiores municípios produtores (46,6% da produção nacional), oito são do Pará, sete de Rondônia, dois do Mato Grosso e os outros três, do Acre, Amapá e Amazonas.

 


PEVS 2013 traz dados sobre Eucalipto, Pinus e outras espécies na silvicultura

 


Na produção madeireira da silvicultura, o Sudeste é líder em carvão vegetal (85,2%) e madeira em tora para papel e celulose (39,5%). O Sul responde por 60,7% da lenha e 57,4% da madeira em tora para outras finalidades.

 


A principal espécie florestal da silvicultura nacional é o Eucalipto, que representa 98,5% da produção total de carvão vegetal, com o Pinus (0,7%) e outras espécies (0,8%) a seguir. Na produção de lenha, o Eucalipto contribuiu com 84,8%, o Pinus com 6,6% e outras espécies com 8,6%. Na produção de madeira em tora o Pinus contribui com 29,3% e o Eucalipto com 68,8%.

 


Carvão vegetal da silvicultura - Em 2013, Minas Gerais, principal produtor, concentrou 82,9% da produção nacional (5 583 166 toneladas), que cresceu 9,5% em relação a 2012. Além de Minas, Maranhão (449 974 toneladas), Mato Grosso do Sul (162 500 toneladas) e Bahia (118 266 toneladas) concentram 93,9% da produção. Dos 20 maiores municípios produtores (49,3% do total) dezessete são de Minas Gerais, onde se destacam João Pinheiro e Itamarandiba.

 


Lenha da silvicultura - A produção de lenha da silvicultura, em 2013 foi de 55 294 805 m³. O Rio Grande do Sul (13 374 146 m³) lidera, seguido por Paraná (12 124 731 m³), Santa Catarina (8 088 076 m³), São Paulo (7 101 358 m³), Minas Gerais (6 165 962 m³) e Goiás (4 498 379 m³), somando 92,9 % do total obtido no País. Rio Verde e Campo Alegre de Goiás destacam-se no ranking dos 20 maiores municípios produtores, com Butiá (RS) e Itapetininga (SP) a seguir. Mais cinco municípios do Rio Grande do Sul, quatro de Santa Catarina, três de São Paulo, dois do Paraná e dois de Goiás completam o ranking, somando 15,2% da produção nacional.

 


Madeira em tora para papel e celulose - A produção em 2013 (72 565 816 m³) foi inferior em -1,7% à de 2012. São Paulo foi o principal produtor (17 959 952 m³), seguido pelo Paraná (11 929 375 m³), Bahia (11 277 671 m³), Santa Catarina (8 147 556 m³), Mato Grosso do Sul (8 033 052 m³), Minas Gerais (5 632 808 m³) e Espírito Santo (5 047 176 m³). O ranking dos 20 maiores produtores é liderado por Três Lagoas no Mato Grosso do Sul, seguido por Telêmaco Borba no Paraná, Almeirim no Pará, Conceição da Barra no Espírito Santo e Nova Viçosa na Bahia e mais três municípios em São Paulo; dois no Paraná; cinco na Bahia; três no Mato Grosso do Sul; um no Espírito Santo e um em Santa Catarina, somando 37,1% do total.

 


Madeira em tora para outras finalidades - O Paraná, com uma produção de 18 509 124 m³, foi o maior produtor de madeira em tora para outras finalidades em 2013, seguido por São Paulo (13 504 267 m³), Santa Catarina (8 541 049 m³) Minas Gerais (7 418 528 m³) e Rio Grande do Sul (6 401 957 m³), somando 93,4% da produção nacional (58 234 040 m³), que variou 0,3% em relação a 2012. Os municípios maiores produtores (32,2% da produção) são Telêmaco Borba (PR), Itatinga (SP), Itapetininga (SP) e Estrela do Sul (MG). Sete municípios de São Paulo, seis do Paraná, dois do Rio Grande do Sul e um de Minas Gerais, completam a lista.

 



Fonte: IBGE