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NOTÍCIA

Executivos da Camargo Corrêa se calam em depoimentos, diz advogado

Eles prestam depoimento nesta quarta (19) na sede da PF, em Curitiba. Empresa teve 3 pessoas presas por suspeita de irregularidade na Petrobras.

Data: Quarta-feira, 19/11/2014 00:00
Fonte: Adriana Justi e Filipe Matoso Do G1 PR

 

O advogado Celso Vilard, que representa os executivos da Camargo Corrêa João Ricardo Auler e Dalton dos Santos Avancini, disse aoG1 que orientou os clientes a ficarem calados durante o depoimento prestado nesta quarta-feira (19) na sede da Policia Federal (PF), em Curitiba. "Foi uma prisão preventiva que eu jamais vi na vida em 25 anos de profissão. Uma prisão preventiva decretada sem nenhum elemento novo e de uma maneira antecipada". O advogado disse ainda que os clientes vão colaborar com as investigações. "Mas isso só vai acontecer após a defesa ter ciência dos termos, que é o mínimo", afirmou.


João Ricardo Auler é presidente do Conselho de Administração da empresa, já Dalton dos Santos Avancini é presidente da Camargo Corrêa. Eles se entregaram no sábado (15) na Polícia Federal em São Paulo após a deflagração da sétima fase da Operação Lava Jato que teve como foco executivos e funcionários de empreiteiras suspeitas de organizarem cartel para a participação de licitações e pagamentos de propina para agentes públicos. A nova fase abrangeu nove grandes empreiteiras, que mantêm contratos com a Petrobras que somam R$ 59 bilhões. Parte desses contratos está sob investigação da Receita Federal, do MPF e da Polícia Federal. Ao todo, 24 pessoas foram presas durante esta fase da operação.


 Superintendência da Polícia Federal no Paraná está concentrando as investigações da Lava Jato (Foto: Fernando Castro/G1)
Superintendência da Polícia Federal no Paraná
está concentrando as investigações da Lava Jato
(Foto: Fernando Castro/G1)

 

Ainda da Camargo Corrêa foi preso Eduardo Hermelino Leite, vice-presidente da empresa. Ele está detido desde sexta-feira (14) e foi ouvido no fim da manhã desta quarta-feira.


O advogado que o representa, Antonio Claudio de Oliveira, disse que o depoimento do cliente "foi tranquilo".  O advogado admitiu que o executivo mantinha relações comerciais com o doleiro Youssef. "Jamais em termos de atividade ilícita", pontuou a defesa.


"Acho que todas as relações eram pertinentes a uma série de tratativas que Youssef participava junto a Camargo Correia", acrescentou o advogado.


Antes mesmo do depoimento, Oliveira chegou a afirmar que o cliente é “vítima de caça às bruxas”. “Eu diria que ele é uma vítima de uma cultura que está se implantando no país de caça às bruxas. […] Ele não está envolvido em nenhum inquérito, não foi indiciado e não foi denunciado em nenhum processo”, disse o advogado.


Antonio Claudio de Oliveira negou que o cliente tenha participado do esquema de corrupção na Petrobras e afirmou que Eduardo Leite não tem interesse em oferecer à Justiça delação premiada.

Entenda a Lava Jato
Investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal apontam para um suposto esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões e provocou desvio de recursos da Petrobras. Na primeira fase da operação, deflagrada em março deste ano, foram presos, entre outras pessoas, o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.



A nova fase da operação policial teve como foco executivos e funcionários de nove grandes empreiteiras que mantêm contratos com a Petrobras que somam R$ 59 bilhões. Parte desses contratos está sob investigação da Receita Federal, do MPF e da Polícia Federal. Ao todo, 24 pessoas foram presas durante esta fase da operação.



Na noite desta terça (18), juiz federal Sergio Moro decidiu converter a prisão temporária de seis pessoas para prisão preventiva. Além do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, o magistrado decretou a mudança para prisão preventiva para Ricardo Ribeiro Pessoa (presidente da UTC); José Aldemário Pinheiro Filho (presidente da OAS); Mateus Coutinho de Sá Oliveira (funcionário da OAS, em São Paulo); João Ricardo Auler (presidente do Conselho de Administração da Camargo Côrrea); e Dalton Santos Avancini (presidente da Camargo Côrrea).

Moro também decretou que 11 presos fossem colocados em liberdade ainda na noite de terça, antes da meia-noite, que era quando expirava o prazo para estas prisões temporárias.

 

VALE ESTE - Arte Lava Jato 7ª fase (Foto: Infográfico elaborado em 15 de novembro de 2014)