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Azul pode cancelar compras da Embraer por MP da aviação

Data: Segunda-feira, 10/11/2014 00:00
Fonte: Brad Haynes, da REUTERS
Dado Galdieri/Bloomberg
Jato da Azul Linhas Aéreas pousa no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro

Jato da Azul Linhas Aéreas pousa no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro

 

São Paulo - A Azul, terceira maior empresa aérea do Brasil, pode adiar ou cancelar encomendas de jatos regionais da Embraer se o Congresso Nacional aprovar um projeto sobre aviação regional, disse o presidente-executivo da companhia à Reuters na segunda-feira.


As mudanças propostas para um projeto de lei elaborado pela presidente Dilma Rousseff tiraria vantagem competitiva de jatos feitos pela Embraer em rotas regionais que o governo quer incentivar.


"O que está acontecendo é uma distorção do plano, que torna mais atraente voar com aviões maiores", disse o presidente-executivo da Azul, Antonoaldo Neves. Ele disse que poderia adicionar aviões maiores da Boeing ou da Airbus.


Segundo Neves, um pedido de 30 unidades da próxima geração de aeronaves E195-E2 da Embraer, que entrará em serviço em 2019, está em jogo. Ele disse que também não teria necessidade de oito jatos da geração atual E195, que devem ser entregues em 2015.


O plano de aviação regional está se transformando em uma das primeiras grandes lutas legislativas desde a reeleição de Dilma no mês passado, já que ele enfrenta parlamentares encorajados por vitórias regionais da oposição.


O senador Fernando Flexa Ribeiro (PSDB-PA), relator do projeto de lei, vai se reunir com ministros na terça-feira, antes de uma votação por uma comissão.


Flexa Ribeiro disse à Reuters que quer remover o limite de 60 lugares subsidiados em vôos regionais e em vez disso propor subsídio de 50 por cento dos assentos.


Neves reclamou que a medida incentivaria o uso de aviões maiores e desencorajaria companhias aéreas a adicionar mais rotas para aeroportos mais carentes.


"Se o plano for aprovado sem limite de assento, eu vou sair de 20 cidades no próximo ano", disse. "Vou levar esses recursos e colocá-los em cidades onde posso voar aviões maiores."


O presidente da Embraer, Frederico Curado, também mostrou preocupação na semana passada sobre os últimos movimentos de parlamentares com o assunto.


"Esperamos que o Congresso não distorça o projeto de lei enviado pelo Executivo, mas agora depende da base política no Congresso", disse numa conferência de resultados semana passada.


As rivais Gol e TAM, da Latam Airlines, disseram que consideram a compra de jatos da Embraer para voar sob o novo plano de aviação regional. Nenhuma das duas respondeu imediatamente a pedidos de comentários.