Imigrantes caminham para campo de recepção perto de Nicósia, capital do Chipre. Mais de 300 refugiados sírios foram resgatados por um transatlântico (Petros Karadjias/AP)
Cerca de 280 refugiados sírios foram retirados nesta sexta-feira de um navio de cruzeiro no porto de Limassol, no Chipre. Eles haviam chegado ao local ainda na quinta, depois de serem resgatados pelo transatlântico, mas negavam-se a deixar a embarcação, insistindo em serem levados até a Itália.
Segundo o vice-diretor da Defesa Civil, Marinos Papadopoulos, todos os imigrantes desembarcaram. “Tudo aconteceu com tranquilidade. Eles aceitaram descer do navio”. A remoção ocorreu depois que uma negociação para que saíssem do transatlântico não teve resultado.
Um grupo de 62 pessoas já havia deixado a embarcação ontem, por conta própria. Os demais serão encaminhados para um centro de recepção perto da capital Nicósia, onde terão abrigo e receberão tratamento médico. Mais de cinquenta crianças fazem parte do grupo.
A recusa em deixar o navio de cruzeiro revoltou o diretor da empresa proprietária da embarcação, que reclamou dos prejuízos provocados pelo resgate. Os refugiados estavam em um barco à deriva quando foram resgatados pelo navio, a pedido das autoridades locais.
Em entrevista à rede de TV estatal RIK, o ministro da Justiça, Ionas Nicolaou, disse que a polícia teve de pressionar os imigrantes para que desembarcassem, mas salientou que a operação ocorreu “sem violência”. Ele informou que as autoridades vão analisar cada caso para determinar quais poderão conseguir asilo no Chipre ou em outro país europeu.
O Chipre, que integra a União Europeia, fica a aproximadamente 100 quilômetros de distância da costa Síria, país atolado em um conflito sangrento que já deixou milhares de mortos desde 2011.
(Com Estadão Conteúdo e agência France-Presse)