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Grã-Bretanha: Se houver trégua, UE pode retirar sanções contra a Rússia

Para o secretário britânico de Relações Exteriores, o ocidente pensa em adotar novas sanções devido ações russas na Ucrânia

Data: Sexta-feira, 05/09/2014 00:00
Fonte: Reuters

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O secretário britânico das Relações Exteriores, Philip Hammond, disse nesta sexta-feira (5) que o Ocidente vai adotar novas sanções contra a Rússia em razão da crise na Ucrânia, mas salientou que elas poderiam ser removidas se o cessar-fogo proposto se consolidar.

 

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Presidente dos EUA, Barack Obama, e o secretário de Defesa dos EUA Chuck Hagel ouvem o premiê britânico David Cameron durante reunião da Otan

 

A Otan, Organização do Tratado do Atlântico Norte, exigiu na quinta que Moscou retirasse suas tropas da Ucrânia, e a União Europeia e os Estados Unidos estão preparando uma nova rodada de sanções econômicas contra a Rússia pela sua incursão.


"Haverá uma nova intensificação na pressão hoje, quando a UE se reúne em Bruxelas para decidir sobre a próxima rodada de sanções", disse Hammond à Sky News, no País de Gales, Grã-Bretanha, onde os líderes da Otan estão reunidos.

 

"Nossas economias são fundamentalmente mais robustas e resistentes do que a economia russa, e se a Rússia acabar entrando em uma guerra econômica com o Ocidente, a Rússia vai perder."


No entanto, ele afirmou que as medidas contra a Rússia poderiam ser aliviadas se a proposta de cessar-fogo entre a Ucrânia e os rebeldes pró-Rússia, prevista para ser definida mais tarde, nesta sexta-feira, se consolidar.


"Se houver um cessar-fogo, se for assinado e, então, implementado, podemos olhar para a retirada das sanções, mas ... há um grande grau de ceticismo sobre se essa ação vai se materializar, se o cessar-fogo será real", declarou Hammond à BBC TV.


Na quinta, Barack Obama e seus aliados ocidentais prometeram apoiar Kiev e reforçar suas próprias defesas contra a Rússia, sua maior mudança estratégica desde a Guerra Fria.

 

Os líderes da Aliança deixaram claro na cúpula no País de Gales que não irão usar a força para defender a Ucrânia, que não é membro da aliança militar, mas que planejam sanções econômicas mais severas para tentar mudar o comportamento da Rússia no território ucraniano.

 

A reunião de dois dias foi marcada pelo impasse mais sério entre Ocidente-Leste desde a queda do Muro de Berlim, 25 anos atrás, e do colapso do bloco soviético, assim como o alarme com as conquistas territoriais do Estado Islâmico no Iraque e na Síria.


Autoridades ocidentais expressaram uma profunda cautela em relação à menção do Kremlin a um cessar-fogo iminente na revolta armada de cinco meses dos separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia, que veio no momento em que a Otan se reunia e a União Europeia prepara novas sanções.


Declarações anteriores como esta se mostraram "uma cortina de fumaça para a desestabilização contínua da Ucrânia", disse o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, aos repórteres depois de os 28 líderes se encontrarem com o presidente ucraniano, Petro Poroshenko.

 

"Conclamamos a Rússia a retirar suas tropas da Ucrânia e deter o fluxo de armas, combatentes e fundos para os separatistas. Conclamamos a Rússia a evitar o confronto e seguir o caminho da paz", disse Rasmussen.


"O que precisamos agora para ter paz e estabilidade são duas coisas: a Rússia retirar suas tropas e fecharmos a fronteira", declarou Poroshenko.


O líder evitou falar em ressuscitar a campanha ucraniana para que o país seja aceito na Otan, o que França e Alemanha rejeitam por medo de que isso exacerbe as tensões com Moscou e os arraste para uma guerra.


Já o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, ressaltou a oposição de Moscou à aceitação da Ucrânia na aliança militar, alertando que quaisquer tentativas de pôr fim ao status de não-alinhado do país poderia representar um risco à segurança, e acusou os EUA de apoiar "o partido da guerra" em Kiev.

 

Após uma semana de comentários desafiadores do presidente russo, Vladimir Putin, Lavrov afirmou que a Rússia está pronta para adotar medidas práticas para amenizar a crise e exortou Kiev e os rebeldes a darem atenção às propostas de cessar-fogo apresentadas por Moscou na quarta-feira.


A Otan suspendeu a cooperação de segurança com a Rússia em março, quando o governo Putin anexou a Crimeia, mas os líderes da aliança não chegaram a cortar os laços políticos, embora os tenham colocado no gelo, na esperança de uma reaproximação no futuro.