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NOTÍCIA

Faturamento das pequenas empresas do ABC cai R$1,6 bilhão

Data: Segunda-feira, 18/08/2014 00:00
Fonte: Repórter Diário/ Robson Gisoldi

 

No primeiro semestre de 2014, o universo das micro e pequenas empresas do Grande ABC faturou R$ 13,8 bilhões. Essa receita é R$ 1,6 bilhão menor que a do mesmo período do ano passado (já descontada a inflação) e corresponde à uma queda de 10,2% no faturamento real.


O resultado da região foi o pior do Estado, de acordo com dados do Sebrae divulgados nesta segunda-feira (18). A região metropolitana somou queda de 0,9% no mesmo período. "No Grande ABC, há uma concentração relativa de indústrias dos setores automobilísticos e de autopeças que movimentam toda uma cadeia de fornecedores com presença de MPEs, porém o fraco desempenho do setor afetou diretamente os pequenos negócios", explica o coordenador de pesquisas do Sebrae-SP, Marcelo Moreira


Na análise apenas do mês de junho, as micro e pequenas empresas do Grande ABC tiveram receita de R$ 2,4 bilhões, uma queda de 3,8% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Essa redução corresponde à uma queda de R$ 93,3 milhões na receita real do universo de micro e pequenas empresas da região.


Estado - O faturamento real das micro e pequenas empresas (MPEs) do Estado de São Paulo aumentou apenas 0,8% no primeiro semestre deste ano, na comparação com igual período de 2013 (já descontada a inflação). Foram os primeiros seis meses mais fracos de um ano para as MPEs paulistas desde 2009, época em que se sentiam os efeitos da crise financeira internacional. O resultado evidencia forte desaceleração no ritmo de crescimento da receita das MPEs paulistas.


A receita total das MPEs no semestre foi de R$ 285,4 bilhões, R$ 2,4 bilhões a mais do que no mesmo período do ano passado. A receita registrada em junho ficou em R$ 45 bilhões, 1,9% menor do que no mesmo mês de 2013. Os dados são da pesquisa de conjuntura Indicadores Sebrae-SP.


A desaceleração da atividade econômica - com inflação elevada, salários com aumentos reais (já descontada a inflação) menores e piora na confiança dos empresários e consumidores - tem afetado as receitas das MPEs.


Futuro - "A expectativa é que no segundo semestre haja uma melhora na economia do País, impulsionada pelas vendas de Natal e algum alívio na inflação", afirma Moreira. "Mas não dá para alimentar grandes esperanças de recuperação dos setores de bens duráveis, que inclui eletrodomésticos e móveis, automóveis e autopeças, o que é ruim para as MPEs", destaca ele. "Com a economia brasileira crescendo pouco, as MPEs terão dificuldade de obter resultados muito melhores, já que o mercado interno é o principal pilar de sustentação delas", diz.


Pesquisa - A pesquisa Indicadores Sebrae-SP é realizada mensalmente, com apoio da Fundação Seade. São entrevistados 2.716 proprietários de MPEs do Estado de São Paulo por mês. No levantamento, as MPEs são definidas como empresas de comércio e serviços com até 49 empregados e empresas da indústria de transformação com até 99 empregados, com faturamento bruto anual até R$ 3,6 milhões. Os dados reais apresentados foram deflacionados pelo INPC-IBGE.