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NOTÍCIA

Jornalista morto em avião de Campos é homenageado pelo Sport

Data: Quinta-feira, 14/08/2014 00:00
Fonte: TERRA

Morto na queda de avião em Santos que vitimou o candidato à presidência da República, Eduardo Campos, o jornalista e torcedor do Sport Carlos Augusto Percol receberá homenagem do seu clube do coração. Com a aprovação do presidente João Humberto Martorelli, a sala de imprensa que será construída no Centro de Treinamento José de Andrade Médicis levará o nome do assessor de imprensa do ex-governador de Pernambuco.


Torcedor do Sport e sócio do clube, o jornalista era filho de Carlinhos Ramos Leal, ponta-direita do elenco rubro-negro na década de 1950. Ao lado dele, além do político e dos dois tripulantes do avião, também morreram o fotógrafo Alexandre Severo e o cinegrafista Marcelo Lyra, que também eram pernambucanos e atuavam na campanha de Campos.


Em 2011, Percol escreveu um texto sobre seu pai que foi reproduzido na página do Sport. Além de homenageá-lo por ter inventado a “lambreta”, drible que ficou famoso nos pés de Leandro Damião e Falcão (do futsal), o jornalista também faz questão de deixar clara a sua relação com o clube. Justa homenagem para um profissional respeitado e que ainda tinha muito a contribuir com o jornalismo e a política.


Leia a seguir o texto de Percol sobre Carlinhos Ramos:


"Jogador Carlinhos Ramos deu a primeira 'lambreta' que está registrada Por

Carlos Augusto Ramos Leal Filho (Percol)

*Jornalista, torcedor e sócio do Sport


Quase ninguém sabe que o drible que o atacante Leandro Damião deu no seu marcador ontem no jogo contra a Argentina foi “inventado” por um jogador do Sport Club do Recife ainda na década de 50. O ponta-direita Carlinhos Ramos Leal é o autor da primeira “carretilha”, “lambreta” que se tem notícia na história do futebol mundial. No início dos anos 50, Náutico e Sport se enfrentaram nos Aflitos pelo Campeonato Pernambucano. “Apertado” pela marcação do lateral esquerdo Jaminho bem próximo à bandeirinha do escanteio, Carlinhos prendeu a bola entre os pés jogando-a por cima da própria cabeça e do excelente jogador alvirrubro. Um lance inusitado, de genialidade pura, conforme relatou o jornalista Hélio Pinto no Diário da Noite àquela época.


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Assim como a jogada de Leandro Damião, a de Carlinhos também terminou em um chute na trave. Quando a bola saiu, o árbitro da partida fez questão de cumprimentar o camisa sete do Leão, que possuía apenas 20 e poucos anos. As duas torcidas aplaudiram. Infelizmente, a televisão só chegaria anos depois e cabe a nós apenas imaginar ou ouvir os relatos dos mais antigos de como foi o lance que trouxe o Estádio dos Aflitos abaixo.


A carreira de Carlinhos foi curta, durou cerca de seis anos apenas. Tempo suficiente para atuar ainda pela Seleção Pernambucana e ser o primeiro jogador do Norte-Nordeste a ser chamado para jogar fora do Brasil. Como naquela época o esporte não oferecia salários grandiosos como hoje, o olindense Carlinhos, irmão de Jaime, Otávio, Marly e Fernando abandonou a bola para estudar Farmácia. Ele faleceu em 1995, aos 62 anos."