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NOTÍCIA

'Dilma botou 7 a 1 no Brasil', diz Eduardo Campos sobre inflação e baixo crescimento do País

Data: Segunda-feira, 11/08/2014 00:00
Fonte: Brasil Post/ De Marcella Fernandes

SABATINA CAMPOS G1

 

O candidato à Presidência Eduardo Campos (PSB) disse que não tem por que sua mãe, Ana Arraes, se afastar do cargo de ministra do Tribunal de Contas (TCU), caso ele seja eleito. Em sabatina do site G1 nesta segunda-feira, Campos prometeu que passe livre para estudantes, revisão do fator previdenciário e reforma tributária serão prioridades em seu governo.

O Brasil Post reuniu as principais declarações de Campos por tópicos:

Transferência de votos de Marina Silva

Eu digo e a Marina também que não existe essa coisa de transferência de voto. Cada um tem um voto. Você não tem um voto dentro de uma caixa e arruma como se fosse uma mala e leva. O que nós representamos nesse conjunto é a referência de uma série de valores que estão sendo reivindicados na vida brasileira.


Relação com o PT

Não mudei de lado. Eu fiquei do mesmo lado de sempre. Eu nunca na minha vida mudei de lado. Sempre fui eleito pelo mesmo partido. Na vida, às vezes, temos de tomar atitudes de coragem e a que me coube tomar é mostrar que país que vinha mudando parou de mudar no governo Dilma. Eu e Marina fomos ministros de Lula, sim. Nós sempre participamos desse cenário político e teve uma hora que nossas discordâncias não permitiram que nós estivéssemos mais porque foram para o centro do governo figuras como Sarney e Renan Calheiros.


Obras inacabadas

Tem menos obra do que deveria e obras que não teriam no tempo certo. Em Pernambuco por dois mandatos, fui reeleito com 83% porque a governança privilegiou o mérito, selecionou bons quadros. Porque infraestrutura no Brasil antes de ser questão de dinheiro é questão de gestão objetiva. É na hora de escolher as obras, com participação da população, e a gestão que vai fazer com que saia de melhor qualidade e mais baratas.


O processo decisório no atual governo é muito concentrado. Termina na mão de uma ou duas pessoas. Um país desse tamanho, se tudo depender de consultar a presidente da República, você termina parado.


Fato previdenciário

A equipe está discutindo a questão porque não se pode imaginar equilíbrio previdenciário. Temos essa questão no mundo inteiro, que é o fato de que as pessoas estão vivendo mais e você tem que ter mais tempo de pagamento dos beneficiários. Isso fez com que o mundo inteiro fizesse mudanças no fator que está corroendo em alguns casos metade dos benefícios de algumas pessoas. Estamos fazendo as contas e voltaremos a falar até o fim da campanha.


Passe livre

Nós assumimos compromisso com o passe livre porque é um compromisso com educação. Tem muitas pessoas que passaram pelo regime de cotas que estão indo às universidades porque não tem condições de ir e vir, se alimentar e morar. Já é dado para quem tem mais de 60 anos. Por que não faz esforço para ter passe livre para quem estuda? Vamos criar um fundo nacional com estados e municípios que tem transporte coletivo. A contrapartida será de 10% dos municípios e de 20% dos estados. O cálculo (para conseguir fundo de R$ 12 bilhões) foi feito com base na média das passagens que hoje são aplicadas nas regiões metropolitanas e nas cidades que têm sistema de transporte.


Mãe no TCU

[Ela] Não vai precisar [se afastar] porque não vai apreciar como magistrada as contas relativas ap governo federal ou nosso trabalho diretamente. Foi a primeira mulher que venceu uma eleição para o TCU. Vem fazendo um trabalho reconhecido e terá um ano e meio porque vai atingir a aposentadoria aos 70 anos e não terá de acompanhar as primeiras contas do nosso primeiro mandato. Naquela época [2011], não tinha ideia de que eu seria candidato à Presidência da República.

Crescimento e inflação

Brasil com boa governaça macroeconômica pode colocar inflação na meta de 4,5% e depois ir adiante. Para isso é preciso coordenar política monetária e fiscal, passar segurança, pois há crise de confiança no Brasil pelas medidas pendulares, sendo três anos de idas e vindas, preconceito contra a iniciativa privada, contra quem quer investir. Incerteza fez o Brasil parar. É fundamental que o Brasil use todas suas energias para sair desse 7 a 1 que Dilma botou no Brasil. O Felipão botou no campo e a Dilma botou na vida real da gente.


Petrobras

Primeira medida é blindar a Petrobras de interferência política e partidária. É preciso resgatar a estatal e garantir regras seguras e direção profissionalizada para resgatar porque é fundamental para investimentos em petróleo e gás.


Reforma tributária

Participei de todos esses esforços. Fui deputado da oposição no governo FHC e deputado da sustentação no governo Lula. Tentei e não consegui. Eles queriam fazer um projeto para reforma entrar em vigor no começo do ano seguinte. Na hora que fizer reforma e entrar em vigor de maneira fatiada, quebra a resistência. Cria um fundo de transição para quem perder receita ser compensado em menos de uma década. Dilma não tentou fazer reforma. Atendeu no balcão uma porção de pedidos pontuais que não resultaram em anda e hoje a gente vive no pior do mundos. Pagamos carga tributária como se fossemos hotel cinco estrelas e dormimos em barraca de campo.


Educação

Temos que valorizar a educação no país. Não podemos ter desprestígio que historicamente tem a função onde muitos vão perdendo completamente o encantamento. Temos que nos próximos quatro anos valorizar o piso nacional e ter uma carreira para permitir o ensino em tempo integral, que vai mudar este País. Enquanto tiver a escola do pobre e a escola do rico, vamos estar reproduzindo a desigualdade.


Redução de ministérios

Vai haver sim [corte]. Nós vamos ter pelo menos a metade. Estamos consolidando nosso projeto e a equipe de transição anunciará um novo organograma do Estado brasileiro. [Será] entre 20 e 22, que é a media dos países e a média histórica do Brasil.