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Recuperação do Cantareira pode levar três anos, admite Sabesp

Paulo Massato, diretor da companhia, afirmou que a recuperação pode ser como a da estiagem passada e disse que racionamento seria a pior solução para São Paulo

Data: Quarta-feira, 30/07/2014 00:00
Fonte: Veja. Abril

 

Vista da represa Jaguari, que faz parte do Sistema Cantareira, em Bragança Paulista, no interior de São Paulo

Vista da represa Jaguari, que faz parte do Sistema Cantareira, em Bragança Paulista, no interior de São Paulo (Mariana Pekin/VEJA)


Após solicitar aos órgãos reguladores autorização para retirar uma segunda cota do volume morto do Sistema Cantareira, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) admitiu que a recuperação do manancial pode levar três anos. O Cantareira é o principal manancial paulista e abastece cerca de 8,8 milhões de pessoas na capital e Região Metropolitana de São Paulo.


“Tem que chover no período de verão próximo da média para sobreviver. Em 2003 e 2004, o Cantareira se recuperou em três anos. Portanto, não será uma recuperação anual. Pode ocorrer, mas o homem ainda não controla o clima”, disse o diretor metropolitano da Sabesp, Paulo Massato.


Os anos citados por Massato marcaram a última estiagem do manancial. À época, o nível do sistema chegou ao que hoje seria aproximadamente 20% da capacidade. Ou seja, cenário melhor do que o atual. Nesta quarta-feira, o manancial conta com somente 15,6%, mas graças à primeira cota de 182,5 bilhões de litros do volume morto - único volume disponível pelo fato de o volume útil do manancial ter acabado em 12 de julho. O pedido para captar mais 116 bilhões da reserva será discutido ainda nesta quarta pelos órgãos reguladores. 

 

Em vista do risco de colapso do Cantareira, o Ministério Público Federal (MPF) recomendou que o governo Geraldo Alckmin (PSDB) decrete racionamento de água imediato nas regiões abastecidas pelo Cantareira. “Rodízio hoje seria a pior solução para a população de São Paulo e para a Sabesp”, disse Massato.


Calamidade - Em Itu, na região de Sorocaba, o Ministério Público Estadual (MP) recomendou à prefeitura que decrete estado de calamidade pública em razão da falta de água. Com os reservatórios quase zerados, os 156.000 moradores convivem com o racionamento desde fevereiro. Alguns bairros ficam até três dias sem água.


Com relação a isso, o MP vai apurar a responsabilidade da prefeitura ou da concessionária de saneamento na crise. A prefeitura informou que está buscando alternativas para solucionar os problemas e a concessionária Águas de Itu afirmou que está adotando medidas para manter o abastecimento emergencial.


(Com Estadão Conteúdo)