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NOTÍCIA

Detentos de São Félix do Araguaia e Nova Xavantina custam mais de 3 salários mínimos por mês ao governo de Mato Grosso

Incluindo outras despesas, cada reeducando causa um ônus de R$ 2.450 ao mês

Data: Quinta-feira, 17/07/2014 00:00
Fonte: Agência da Notícia

Com direito a três refeições diárias, cada detento que cumpre pena nas unidades prisionais de Mato Grosso custa entre R$ 11,41 e R$ 16,50 por dia aos cofres públicos. Conforme a Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), o estado gasta R$ 44,4 milhões por ano para alimentar os 9.600 reeducandos que cumprem pena nas 63 cadeias e presídios.


No café da manhã, os reeducandos tomam café com leite e pão com manteiga. Já no almoço e jantar, o cardápio é composto por carne, guarnição [nome dado ao segundo prato mais importante], arroz e feijão. Não existe padronização de cardápio para todas as unidades, mas em todos os locais os presos têm que receber as refeições contendo esses pratos.


As refeições são preparadas e fornecidas por empresas terceirizadas contratadas por meio de licitação para a prestação do serviço. No interior do estado, o custo da refeição é quase R$ 5 mais caro que em Cuiabá. Na Cadeia Pública de Peixoto de Azevedo, a 692 km da capital, por exemplo, a despesa diária de cada reeducando é de R$ 16,50, enquanto em Cuiabá esse custo é de R$ 11,41.


Além de Peixoto de Azevedo, segundo a Sejudh, tem um custo mais elevado a alimentação de presos que cumprem pena em Vila Bela da Santíssima Trindade, São Felix do Araguaia, Juara, Jauru, Nova Xavantina, Rio Branco, Aripuanã, Colniza, Paranatinga, Peixoto do Azevedo, Vera e Colíder.


Custo elevado

Incluindo outras despesas, cada reeducando causa um ônus de R$ 2.450 ao mês, o equivalente a mais de três salários mínimos. O valor é acima do salário pago aos agentes prisionais que atuam nas unidades do estado. O salário-base de umo agente prisional é de R$ 1.998.


'Mão da massa'

Há 10 anos, uma cozinha industrial foi instalada na Penitenciária Central do Estado (PCE), maior unidade prisional do estado, e os presos começaram a preparar a própria comida. Na época, o governo informou que havia tido redução nos gastos depois desse trabalho. De R$ 11 por dia, tinha caído para R$ 4. Porém, não foi dado continuidade ao projeto e, atualmente, de acordo com a Sejudh, nenhuma cadeia ou presídio do estado possui cozinha.