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NOTÍCIA

Protesto contra Copa termina com detidos na Avenida Paulista

Manifestantes dizem que policial atirou para o alto durante prisão de jovem. Cerca de 200 manifestantes fizeram passeata; não houve depredações.

Data: Segunda-feira, 23/06/2014 00:00
Fonte: Do G1, em São Paulo
Homem saca arma durante protesto na Paulista (Foto: André Lucas Almeida/Futura Press/Estadão Conteúdo)Homem saca arma após protesto contra a Copa na Avenida Paulista; ao menos um disparo teria sido efetuado durante prisão de ativista (Foto: André Lucas Almeida/Futura Press/Estadão Conteúdo)

Um homem ainda não identificado pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) acompanhou com arma para o alto a prisão de um manifestante nesta segunda-feira (23) na  Avenida Paulista. A forte presença policial marcou o 11º ato contra a Copa em São Paulo. Três pessoas foram presas no ato, entre elas o manifestante Rafael Marques Lusvarghi, de 29 anos que, em protesto em 12 de julho, recebeu um jato de spray de pimenta nos olhos.


 

(O G1 acompanhou o protesto em tempo real, com fotos e vídeos.)


De acordo com manifestantes, o homem de camisa preta que segura a arma chegou a fazer três disparos para afastar pessoas que criticavam a prisão. De acordo com reportagem a GloboNews, no momento da prisão foi ouvido um estampido. Não é possível determinar qual o tipo de munição usado (Confira no vídeo ao lado). Ativistas afirmam que não havia motivo para a detenção do manifestante.



Em nota, a Polícia Civil de São Paulo diz que "vai apurar as circunstâncias do episódio, para checar se o homem é um policial e se, de fato, houve disparos".



A PM não divulgou o total de agentes deslocados para fazer a segurança do ato. No começo do protesto, a PM chegou a informar que havia 200 manifestantes. Até 20h30, não foi divulgado novo balanço dos participantes do ato.


Apesar da grande efetivo policial destacado para acompanhar o protesto, o tenente coronel José Eduardo Bexiga, comandante da operação, disse que não sabia sobre os disparos e que  tampouco havia sido informado sobre os disparos efetuados por um suposto policial civil. "Pergunta para a Polícia Civil", limitou-se a responder, aos ser questionado sobre o incidente.


 

 Protesto sem vandalismo


O grupo começou a se concentrar por volta das 15h na Praça do Ciclista. Ao contrário da ação durante protesto convocado na quinta-feira (19) pelo Movimento Passe Livre (MPL), a Polícia Militar acompanhou de perto o protesto. Policiais da Tropa de Choque utilizaram o kit de proteção apelidada de “Robocop”. Desde o início do ato, os policiais cercaram o grupo antes do começo da caminhada.


Ainda perto da Praça do Ciclista, a PM realizou a primeira prisão. Segundo a corporação, um manifestante foi flagrado com pequena porção de maconha na Rua da Consolação com a Rua Vinícius de Moraes. O jovem foi levado para uma delegacia da região.

 

A segunda detenção ocorreu perto da Estação Consolação do Metrô. Não houve confronto e o motivo da prisão não foi divulgada. Na mesma região, ainda entre as ruas Augusta e Haddock Lobo, o manifestante Rafael Marques Lusvarghi foi levado por policiais. Ele saiu em um carro sem a inscrição da polícia. De acordo com testemunhas, a prisão teria sido feita pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).


O grupo de manifestantes começou a caminhar em direção à região do Paraíso pouco depois do início do jogo do Brasil com Camarões, por volta das 17h. No caminho, o grupo foi vaiado por moradores de prédios da Avenida Paulista.


Milícia e dano
Antes do ato, a Polícia Civil informou ao G1 ter identificado dois black blocs e 22 líderes do Movimento Passe Livre (MPL) como suspeitos de participarem de depredações em duas manifestações neste mês na capital paulista. Os investigados podem ser presos temporariamente pelo crime de "constituição de milícia privada", de acordo com o delegado-geral Luiz Maurício Souza Blazeck.



Na tarde desta segunda-feira (23), eles serão convocados a depor no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), na Zona Norte da capital paulista. "São dois black blocs e 22 líderes do MPL investigados por participação nas depredações ocorridas em protestos agora em junho", disse o delegado-geral ao G1.


Rafael Marques Lusvarghi, detido no protesto no dia 12 de junho e nesta segunda (23) na Avenida Paulista (Foto: Estadão Conteúdo)Rafael Marques Lusvarghi, detido no protesto no dia 12 de junho, no Tatuapé, e nesta segunda (23), na Avenida Paulista (Foto: Estadão Conteúdo)

 

 

SP protesto Copa tropa Robocop (Foto: J. Duran Machfee/Futura Press/Estadão Conteúdo)Policiais militares fardados ao estilo Robocop durante ato contra a Copa na Avenida Paulista (Foto: J. Duran Machfee/Futura Press/Estadão Conteúdo)
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SP copa protesto Paulista (Foto: Gustavo Petró/G1)Grupo de manifestantes bloqueia a pista sentido Paraíso da Paulista em protesto contra a Copa (Foto: Gustavo Petró/G1)