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NOTÍCIA

Mãe e filha são queimadas vivas por não pagar dote

Shanno, de 22 anos, e sua bebê de oito meses estavam dormindo juntas numa cama quando quatro homens as atacaram. Um deles era marido da vítima

Data: Sexta-feira, 20/06/2014 00:00
Fonte: VEJA.ABRIL

Uma mulher e sua filha morreram queimadas vivas pelo marido e por três parentes dele por não pagarem um dote matrimonial de 200 mil rúpias (cerca de 7.400 reais) e uma moto, informou nesta quinta-feira a imprensa local. Os assassinatos ocorreram na terça-feira na cidade de Khananka, no estado de Uttar Pradesh, no norte do país, quando o marido, os sogros e um cunhado da mulher, que se chamava Shanno e tinha 22 anos, a queimaram viva enquanto ela dormia, disse um porta-voz policial ao jornal Times of India. A filha, um bebê de oito meses, que dormia perto da mãe, também morreu queimada.


Segundo o jornal indiano, ontem foram detidos os quatro assassinos, que confessaram o crime. A polícia suspeita que eles torturavam a mulher desde o casamento, realizado há mais de um ano, para que pagasse o dote. O estado de Uttar Pradesh, o mais populoso da Índia, vem se notabilizando em casos de violência extrema contra mulheres. Somente neste mês de junho, já houve pelo menos cinco vítimas mulheres estupradas e assassinadas em seguida. Três destas vítimas foram enforcadas.

 

Na Índia, as mulheres são obrigadas a pagar ao noivo e a sua família um dote, prática proibida por lei, mas que ainda sobrevive no país. As famílias dos noivos exigem dotes em dinheiros, joias e, em alguns casos, podem incluir carros e até imóveis. Segundo dados da Fundação Vicente Ferrer, que monitora a violência contra as mulheres, entre 25.000 e 100.000 indianas são assassinadas a cada ano por causa do dote.


Jovem indiana em uma vila no estado de Uttar Pradesh

Jovem indiana em uma vila no estado de Uttar Pradesh (AFP)

 

Diante das crescentes críticas a respeito da falta de segurança para as mulheres, o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, disse ontem que a proteção da mulher deve ser uma prioridade no país. “Respeitar e proteger às mulheres deve ser uma prioridade para todas as pessoas deste país, já que, para seguirmos nosso caminho rumo ao desenvolvimento, necessitamos respeitá-las e garantir sua segurança”, declarou o premiê recém empossado.


Modi se referiu à violência contra a mulher na Índia em seu discurso ao Parlamento nacional para expor suas linhas de governo, transmitido pela TV local. O chefe de governo indiano pediu que deixassem “de analisar a psicologia que há por trás de cada estupro”, após uma série de comentários que definiu como “inapropriados” por parte de diferentes políticos sobre as causas da violência contra a mulher na Índia.


(Com agência EFE)