Os professores e servidores administrativos da rede municipal de ensino, em greve há 16 dias, decidiram dormir no plenário da Câmara Municipal de Goiânia na noite desta terça-feira (10). Eles ocuparam o plenário após os vereadores rejeitarem o pedido de impeachment do prefeito Paulo Garcia, protocolado pelo Sindicato Municipal dos Servidores da Educação de Goiânia (Simsed), que representa a categoria.
Ao todo, 21 vereadores votaram contra o requerimento, nove a favor e um se absteve. Com o resultado, o pedido foi arquivado e os grevistas invadiram a Casa. Na tentativa de enfraquecer o movimento, a direção da casa desligou as luzes, o ar condicionado e fechou os banheiros do local.
A presidência da Câmara dos Vereadores disse que vai esperar completar 24 horas após a ocupação para pedir a reintegração de posse e que o corte de energia e água no local vai ser mantida por tempo indeterminado.
Durante a tarde, alguns dos grevistas conseguiram entrar com comida, água, cobertores e colchões, para dormirem no plenário. “Tem que haver negociação, que é a mesma condição para o fim da greve. Enquanto não tiver negociação, fica complicado da gente desocupar”, disse Hugo Rincon, que faz parte do comando de greve.
A Secretaria Municipal de Educação afirmou que a prefeitura apresentou uma proposta de reposição da data base em para 1º de novembro e que o órgão está aberto ao diálogo e negociações.
A categoria já havia invadido o plenário da Câmara em outubro do ano passado para reivindicar melhorias salariais para os professores. Na ocasião, a ocupação durou 14 dias e os grevistas só aceitaram deixar o local depois que o prefeito assinou um acordo se comprometendo a atender algumas das exigências da categoria.
Greve
A categoria reclama que a Prefeitura de Goiânia não cumpriu o acordo firmado entre as partes em outubro do ano passado, após os servidores pararem as atividades. Isso provocou uma nova greve, inidicada no último dia 26. De acordo com o Simsed, mais de 80% dos profissionais aderiram à paralisação.
Dentre as reivindicações estão o aumento salarial e o retorno de gratificações e o cumprimento da data-base da categoria. Além disso, os professores contestam a destinação de dinheiro reservado à educação para quitação da folha de pagamento da prefeitura.
No ultimo dia 3, a Justiça de Goiás determinou a suspensão da greve dos professores, sob pena de multa diária no valor de R$ 50 mil para o sindicato. Na decisão, o desembargador Geraldo Gonçalves da Costa, da 5ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), ressaltou que a paralisação acarretará prejuízo à comunidade, com comprometimento do calendário escolar. No entanto, a greve continua.