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NOTÍCIA

Venda de posto serviu para lavagem de R$ 1 milhão, aponta denúncia à Justiça

Data: Quarta-feira, 28/05/2014 00:00
Fonte: Patrícia Neves/ Olhar Direto

Foto: Olhar Direto

Venda de posto serviu para lavagem de R$ 1 milhão, aponta denúncia à Justiça


A venda do posto de combustíveis Santa Carmem no valor de R$ 1 milhão para a Comercial Amazônia Petróleo em  2013 é apontada como mais um instrumento para lavagem de dinheiro dentro de uma organização que tinha como operador o ex-secretário de Fazenda de Mato Grosso, Eder Moraes. O posto, de acordo com denúncia encaminhada ao juiz federal da 5ª Vara da Justiça Federal, tinha como sócios a esposa de Eder, Laura Tereza da Costa Dias (esposa) e filho do ex-secretário, Eder de Moraes Dias Júnior, de 18 anos. Eder e a esposa foram denunciados à Justiça Federal por lavagem de dinheiro e concurso de pessoas. 



As informações sobre a negociação foram apreendidas pela Polícia Federal durante mandado de busca e apreensão cumpridos na sede da empresa de Mendonça, a Comercial Amazônia Petróleo, durante fases da operação Ararath. Mendonça é delator do esquema  de crime constra o sistema financeiro mediante o emprego das empresa de factoring Globo Fomento Mercantil LTDA e rede de postos de combustíveis Comercial Amazônia de Petróleo LTDA, pertencentes a ele. 



Segundo a denúncia encaminhada à Justiça Federal, o posto Santa Carmem tem com sócios Laura Tereza da Costa Dias (esposa) e filho de Eder de Moraes Dias Júnior. O posto de combustíveis, conforme a sétima alteração contratual/consolidação'(cuja cópia ,também consta,da pasta apreendida); tinha como sócios Bruno Borges e Karoline Dias Pereira Borges, que transferiram suas cotas para os novos sócios em alteração registrada na. Junta Comercial em 27 de maio. 



Consta no documento apreendido que Laura Tereza da Costa Dias adquiriu 597.000 cotas (totalizando 99.50%do capital social), no valor de R$ 597 mil. Eder de Moraes Dias Junior adquiriu 3.000 cotas, no valor de R$ 3.000,00. Três meses depois de adquirir o Posto Santa Carmem, por R$ 600 mil (considerando o valor de aquisição das cotas), Laura Tereza da Costa Dias, sócia administradora da empresa (que de fato pertence a Eder de Moraes Dias), vendeu o fundo de comércio (posto) à Comercial Amazônia de Petróleo, representada por Gercio Marcelino Mendonça Júnior.



“Identifica-se acima uma sequência de atos de lavagem - primeiro, a aquisição de posto de combustível em nome 'de terceiro, laranja (Laura Tereza da Costa Dias), a fim de dar aparência lícita a recursos obtidos por melo ilícito, conforme indícios' carreados ,aos autos (recursos originários de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, incluindo operação ilegal de instituição financeira e gestão fraudulenta de instituição financeira, com casos de desvios de recursos públicos com o escopo de quitar os empréstimos; o segundo, na sequência, consubstanciado na venda do fundo de comércio, distanciando os recursos, cada vez mais, de sua verdadeira origem”, diz trecho da denúncia. 



Dentre o material apreendido que reforçam a  tese demonstrada para à Justiça Federal está o recibo de pagamento do Posto Santa Carmem LTDA, no qual Eder de Moraes afirma ter recebido de Bruno Borges a quantia de R$ 1,2 mi como   forma de pagamento de um barracão comercial; datado de 20/03/2013. Há ainda contrato particular de compra e venda do Posto Santa Carmem que tem como vendedores Bruno Borges e Karoline e como compradores Laura Tereza da Costa e Eder de Moraes Júnior, de 20/03/2013. 



Segundo o Ministério Público Federal, Eder e Laura agiam com a finalidade de quebra da cadeia de evidências ante a possibilidade de realização de investigações sobre a origem do dinheiro. “Os denunciados movimentaram de forma eletrônica, transferindo os ativos para as contas destas empresas. Por fim, os denunciados incorporaram os ativos formalmente ao sistema econômico, seja por meio de aquisição de bens ou suposta geração de lucro”. 



Negativa 

Em entrevista ao site Olhar Direto, na data de 19 de fevereiro, com a deflagração da 4ª fase da operação Ararath, o ex-secretário de fazenda, Eder Moraes, confirmou que mantinha relacionamento com empresário Júnior Mendonça e que havia efetuado a compra de um posto de combustíveis, mas se recusou a informar os valores. Naquela época ainda afirmou que os procedimentos foram declarados à Receita Federal. Horas após o cumprimento de mandado de busca e apreensão a sua residência. 



Eder Moraes compareceu a sede da Polícia Federal, espontaneamente, para prestar depoimento. 


Na ocasião afirmou ““Não tenho nenhum motivo para me esconder e para ter dor de barriga, nos conhecemos de longa data”, declarou sobre o empresário Júnior Mendonça. O ex-secretário está preso desde o dia 20 de maio no Centro de Detenção Provisória (CDP), no Complexo da Papuda.