No terceiro ato "Copa Sem Povo, Tô na Rua de Novo", organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), milhares de pessoas caminharam a partir da zona oeste de São Paulo em direção à ponte estaiada Octávio Frias Filho, na zona sul, nesta quinta-feira (22). O monumento é o principal símbolo da região do Brooklin, um dos maiores centros financeiros da capital paulista.
Os protestos foram iniciados no Largo da Batata, em Pinheiros, e de lá partiram sentido-Marginal Pinheiros pela Avenida Cidade Jardim com cerca de 15 mil pessoas, de acordo com informações da Polícia Militar. Os organizadores estimam o número em 32 mil participantes.
A manifestação foi pacífica, sem qualquer incidente violento. Diferente de outros protestos, não houve feridos e ninguém foi preso.
Além de integrantes do MTST, a manifestação contou com a presença de membros de outros grupos sociais, como o Comitê Popular da Copa e o Movimento Passe (MPL), responsável por desencadear as maiores passeatas realizadas em 2013. A mais marcante delas, no dia 20 de junho, teve trajeto semelhante à de quinta-feira.
Segundo a Companhia de Engenharia e Tráfego (CET), o congestionamento na capital chegou, às 19h, a 240 km, quarto maior índice neste ano. Por volta das 19h30, a Marginal Pinheiros sentido-Interlagos teve suas pistas completamente interditadas - o que, no entanto, não afetou o trânsito do resto da cidade, que diminuiu para 203 km no horário. Os carros foram liberados no local por volta de 20h45, pouco depois da chegada dos manifestantes à Estaiada, de onde dispersaram por volta das 22h.
Um cordão de homens da PM a pé e diversas viaturas acompanharam os manifestantes ao longo de todo o trajeto, tanto à frente quanto atrás deles.
A atual campanha contra a Copa do Mundo, cujo foco é criticar os investimentos públicos com o Mundial em detrimento à preocupação das autoridades com moradias populares, foi iniciado no dia 8 de maio. Na ocasião, houve ocupação da sede de grandes empreiteiras relacionadas ao torneio, e, no dia 15, bloqueio de várias avenidas de São Paulo e outras cidades do País.
De acordo com o MTST, entre as pautas dos atuais protestos estão o "controle público do reajuste de aluguéis urbanos estabelecendo o índice inflacionário como teto dos reajustes"; "uma política federal de prevenção de despejos forçados, com a formação de uma comissão de acompanhamento; "mudanças no Programa Minha Casa Minha Vida, fortalecendo a modalidade entidades e de regras que estimulem melhor localização e maior qualidade das obras".