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NOTÍCIA

Secretário é 'irresponsável' por dizer que há rodízio de água, diz Sabesp

Companhia disse que gestores deturpam declaração com objetivo eleitoral. Macena, da Prefeitura, ainda não se posicionou nesta quinta-feira.

Data: Quinta-feira, 17/04/2014 00:00
Fonte: Do G1, em São Paulo

O diretor metropolitano da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Paulo Massato, rebateu declarações da Prefeitura de São Paulo de que o órgão e o governo do estado admitiram ter rodízio de água.


Com o nível de água nos reservatórios do Sistema Cantareira em 12,2%, moradores de bairros da capital paulista e de cidades da Grande São Paulo relataram falta d'água em períodos do dia. O governo nega que há racionamento de água.


Em nota, Massato chamou o secretário de Governo da Prefeitura, Chico Macena, de "irresponsável" por ter declarado que há rodízio de água, "principalmente a hospitais e escolas". O diretor também considerou ser "lamentável" que gestores "deturpem declarações com objetivos político-eleitorais". Massato reiterou que não há racionamento onde a Sabesp atua.

 

"É no mínimo lamentável que gestores públicos usem uma reunião de natureza técnica para deturpar declarações com objetivos político-eleitorais. Nunca foi dito por mim nem por nenhum funcionário da Sabesp que a companhia pratica qualquer tipo de rodízio ou racionamento. Por uma única razão: não há rodízio, nem racionamento nos municípios em que a Sabesp atua. Se houvesse, principalmente a hospitais e escolas, como teria declarado de forma irresponsável o secretário Francisco Macena, a Sabesp seria a primeira a informar", diz a nota.


Procurado na manhã desta quinta-feira (17), Macena ainda não respondeu às declarações do diretor da Sabesp.


Um documento da Prefeitura de São Paulo, o qual o SPTV teve acesso, diz que o governo do estado e a Sabesp admitiram ter reduzido a pressão no fornecimento de água entre 0h e 5h. A administração municipal determinou a economia de água nos prédios públicos.  



O ofício número 1351 da Prefeitura de São Paulo diz ainda que a água chega sem força para atingir alturas superiores a dez metros e que as regiões mais altas podem ter problemas de abastecimento. O documento é assinado pelo secretário Macena.


A Sabesp informou que a falta d´água em alguns bairros da cidade são manobras técnicas pontuais devido à utilização de água dos sistemas Guarapiranga e Alto Tietê para abastecer áreas atendidas originalmente pelo Sistema Cantareira, que tem batido sucessivos recordes de baixa em função da escassez de chuvas dos últimos meses.



Ainda de acordo com a companhia, os problemas pontuais que podem atingir os bairros mais altos devem continuar enquanto o Sistema Cantareira estiver com nível de reserva baixo.


Na manhã de quarta-feira (16), em evento no Palácio dos Bandeirantes, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) foi questionado sobre o tema, disse que falaria depois sobre a crise no abastecimento, mas deixou o evento sem comentar o comunicado interno da Prefeitura de São Paulo.



Relatório apontava possibilidade de racionamento
O relatório de sustentabilidade 2013 da Sabesp informa que “se as chuvas não retornarem a índices adequados e, consequentemente os níveis dos reservatórios não forem restabelecidos, poderemos ser obrigados a tomar medidas mais drásticas, como o rodízio de água”. O Sistema Cantareira vem registrando sucessivos recordes de baixa nos últimos meses.



Após a divulgação desse relatório, o governador Geraldo Alckmin não descartou a implantação do rodízio, mas não deixou claro como esse rodízio funcionaria ou a partir de qual nível registrado pelo Sistema Cantareira ele será necessário.