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UE prepara resposta caso a Rússia não recue sobre Ucrânia

O primeiro-ministro da Alemanha disse nesta terça-feira que a UE começará a preparar respostas novas às ações da Rússia se o governo não recuar neste fim de semana

Data: Quarta-feira, 12/03/2014 00:00
Fonte: Reuters

A União Europeia vai começar a preparar novas respostas às ações da Rússia na Ucrânia se o governo russo não mostrar sinais de recuo no fim de semana, disse nesta terça-feira o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, em uma advertência que foi repetida pelo primeiro-ministro polonês.

 

Desde a queda do presidente da Ucrânia motivada por protestos pró-Ocidente, as forças russas consolidaram seu domínio na península ucraniana da Crimeia dias antes de um referendo apoiado pela Rússia sobre o futuro da região, marcado para domingo. O novo governo em Kiev e seus aliados ocidentais denunciaram a votação como ilegal.

 

"Se o fim de semana transcorrer sem uma mudança visível na conduta da Rússia, então na segunda-feira, no Conselho Europeu (encarregado das Relações Exteriores), vamos ter de definir uma nova etapa de medidas", disse o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, durante visita à capital da Estônia, Tallinn.

 

"Nós não queremos confronto, mas a ação do lado russo, infelizmente, faz com que seja necessário que nos preparemos, como acabo de apontar para vocês", afirmou Steinmeier, fazendo um balanço de um dia de viagem pelos três Estados bálticos, todos membros da UE e da Otan, cuja proximidade com a Rússia que os governava no tempo soviético os deixa inquietos com os acontecimentos na Ucrânia.


10 de março - Militares russos mancham em área de fronteira com uma base militar ucraniana em Perevalnoye, nesta segunda-feira Foto: Reuters
10 de março - Militares russos mancham em área de fronteira com uma base militar ucraniana em Perevalnoye, na segunda-feira
Foto: Reuters

 

Falando em Varsóvia, o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, disse aos repórteres: "No que se refere às sanções contra a Rússia, uma decisão de fato já foi tomada, especialmente sobre o processo de introdução de sanções. A consequência disso será o início de sanções na segunda-feira."

 

A Polônia tem um interesse especial na Ucrânia e adotou uma posição inflexível. Os dois países compartilham uma fronteira e grandes porções do oeste da Ucrânia pertenciam à Polônia antes da Segunda Guerra Mundial. A política externa polonesa é movida pelo medo de a Rússia que antes exercia poder sobre o país se expandir para o oeste pela Ucrânia e, em seguida, ameaçar as próprias fronteiras da Polônia.

 

A primeira-ministra alemã, Angela Merkel, tem estado na vanguarda de uma estratégia de busca de "engajamento" do presidente russo, Vladimir Putin, em negociações, já que o cabo-de-guerra entre a Rússia e a Europa pela Ucrânia levou a seu mais tenso impasse desde a Guerra Fria.


 

 

Os participantes de uma reunião do partido democrata-cristão de Merkel, nesta terça-feira, declararam que ela lhes disse que está preparada para aceitar as consequências negativas de sanções contra a Rússia.

 

"Os fatos na Crimeia correspondem a uma anexação e não se pode permitir que a Rússia faça isso", disse Merkel, emocionada, embora tenha acrescentado que a UE tem de continuar a dialogar com a Rússia, disseram as fontes.

 

Até agora os líderes da UE só adotaram medidas em grande parte simbólicas contra Moscou, tal como suspender as negociações sobre ofertas de visto. Merkel diz que sanções mais duras, como as restrições de viagem e congelamento de bens, poderiam vir a seguir se o governo russo não aceitar sua proposta de um "grupo de internacional de contato".

 

 

 

 

O objetivo desse grupo seria o de facilitar a comunicação entre Moscou e o governo pró-UE em Kiev, no poder desde que o presidente pró-russo Viktor Yanukovich foi deposto após protestos violentos no país.

 

Depois disso, as forças russas assumiram o controle das instalações militares em toda a Crimeia, região que abriga a frota russa do Mar Negro e foi território russo até o líder soviético Nikita Kruschev entregá-la à Ucrânia em 1954.


Reuters