A Vara de Execuções Penais (VEP) do Distrito Federal remarcou para o dia 11 de março, às 14h, o depoimento do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu na sindicância aberta para apurar o suposto uso de celular dentro da prisão. O interrogatório, que ocorrerá por meio de videoconferência, estava marcado inicialmente para a última terça (25), mas foi adiado.
Por conta da suspeita, Dirceu teve a análise de benefícios suspensa, como pedido de trabalho externo.
A VEP investiga se Dirceu teria falado ao celular no dia 6 de janeiro, de dentro do Complexo Penitenciário da Papuda, com o secretário da Indústria, Comércio e Mineração do estado da Bahia, James Correia. Os dois negam. As denúncias foram publicadas pelo jornal "Folha de S. Paulo".
Depois da suspeita, a VEP suspendeu a análise de benefícios a Dirceu. Em meio ao recesso judiciário, o ministro Ricardo Lewandowski determinou que a Vara voltasse a analisar o pedido de trabalho porque não havia indícios de uso do celular. Depois, Joaquim Barbosa revogou a decisão.
Dirceu cumpre pena de 7 anos e 11 meses pela condenação por corrupção ativa - a punição de 2 anos e 11 meses por formação de quadrilha ainda será reavaliada pelo Supremo a partir desta semana.
Depois que Dirceu e o Ministério Público forem ouvidos a respeito do suposto uso de celular, a decisão final sobre arquivamento do caso ou eventual punição ao ex-ministro será tomada pelo Supremo.
Como está em regime semiaberto, o ex-ministro pode pedir para trabalhar fora da cadeia durante o dia, mas seus benefícios estão suspensos. Caso seja liberado, Dirceu já apresentou proposta para trabalhar no escritório do advogado José Gerardo Grossi.
Entre as funções que deverá exercer, conforme a proposta de Grossi, está a de "cuidar" da biblioteca do escritório, realizar "eventual pesquisa de jurisprudência" e colaborar “na parte administrativa". O salário oferecido é de R$ 2,1 mil. Anteriormente, Dirceu havia desistido de trabalhar como gerente de um hotel em Brasília com salário de R$ 20 mil.